31.1.08

Diário do Oeste - 6

Há mais de uma hora que cheguei a casa e o vizinho de baixo ainda não parou de treinar A Rosinha dos Limões no acordeão, alternando de vez em quando com um tango conhecido de que não me lembro o nome e voltando novamente à Rosinha. Menos mal que ele até toca razoavelmente, mas não há dúvida que isto é sina minha: eles perseguem-me.

Pelo caminho vi-me de repente num pequeno engarrafamento à entrada da Marteleira, quando dois gansos resolveram atravessar a estrada, de asas abertas e pescoço esticado, a gritarem insultos grasnados para os automóveis enquanto os colegas faziam claque lá atrás, ainda dentro da cerca. Acabaram por ir para a borda e deixarem passar o pessoal, embora sempre em grande refilice. Uma pena ser um sítio tão mau para parar, senão bem que tinha encostado para ir fotografar os fura-cercas.

E por falar em apanhados, esta aqui foi tirada hoje de manhã no minimercado:
ah pois, cá a mim essa água do Fastio nunca me enganou

E agora o evento cultural do dia aqui na Terra dos Loureiros: o desfile de Carnaval dos lares da terceira idade. Pelo menos tiveram sorte com o tempo, que hoje fez sol e aguentava-se bem o frio. À frente ia uma camioneta a abrir o cortejo, a tocar umas musiquinhas brasileiras que já eram antigas no tempo em que os participantes nasceram (mamãe eu quero e afins) - o habitual - enquanto os velhinhos iam todos atrás a apitar em grande cagaçal, embora muito devagarinho, para a brigada da muleta poder acompanhar.



alguns Zorros na reforma


Não é por nada, mas fiquei com a sensação de que alguns dos foliões não estavam ali de livre vontade...

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