9.8.13

Diário do Oeste - 46

Ermita desaparecido nos últimos tempos para fazer justiça ao nome, sem grande coisa para contar sobre os entretantos - mas montes de photos para mostrar, como de costume.

O progenitor do ermita apareceu na Terra dos Loureiros algures no mês de Julho, mais para seguir o calendário do que o clima, que por aqui é sempre um tanto ou quanto ranhoso. Hoje, por exemplo, está um calor do caraças mas aqui em cima no ermitério faz um badanal daqueles em que vai tudo pelos ares. Até já tive de pôr os tomates para dentro, antes que o vento os deitasse abaixo. E por falar nisso, ora cá vão os lindos tomates do ermita:

É um vaso de tomateiros cherry, com montes de cachinhos destes, e alguns já começaram a ganhar cor:


Agora que já mostrei os tomates, voltemos então ao progenitor. Estava à espera que ele viesse para finalmente ir até à praia à cata de calhaus, mas afinal quase não pus lá o cu. Há que esperar que ele volte a fugir do calor de Lisboa e que entretanto o belo tempinho característico do Oeste estabilize mais um 'cóchito - talvez lá para Setembro / Outubro, como de costume.

Ora então cá vão umas quantas photos das minhas escassas voltinhas à beira mar, onde desta vez nem sequer encontrámos nada de assinalável e onde tive de me contentar a fotografar o que ia aparecendo, para não perder a prática.
Como aqui este pedregulho aos buraquinhos cheio de areia nos ditos:


No ano passado a praia do Porto das Barcas tinha montes de pedregulhos feitos de amálgama de conchas fósseis. Este ano continuam lá, evidentemente, mas os pedregulhos estão agora todos vestidos de verde:
 Muito lindo mas não se vê um boi, quanto mais as conchinhas.

Um contraluz por cima dos calhaus:

E um pedregulho com um estranho padrão de riscas salientes:

Um tronco de madeira carcomida carregadinha de percêbes já defuntos:

Um cacho de casquinhas:

E um deles em grande:

Mais adiante, outro defunto; um bebé de estrela do mar:

Lindo, perfeito e... morto.

E mais um defunto, mas desta vez menos deprimente porque já tem tantos milhares de anos que não podia andar ainda por aí a dar ao rabo. Um ossito de dinossauro na Areia Branca norte:
O meu pé em cima do calhau onde ele está metido é para dar uma ideia do tamanho do coiso (e a minha pata é pequenita, é um 35/36).
Um P perfeito. O risquinho preto mais à frente também é osso:

E agora umas lindas alforrecas debaixo de água, vivinhas da silva, que é para contrabalançar:


E um escaravelho da batata a passear pela minha mão - oh tão giro:


E já que estou a mostrar bicharocos, cá temos mais uma osguinha:
Não parece um dragãozinho? E eu bem que a tentei destacar da parede para lhe tirar o retrato da praxe na minha mão, mas ela não gostou da brincadeira e escapuliu-se por entre os meus dedos em fracções de segundo. Porque estas meninas só têm um aspecto letárgico enquanto não aparece nenhum marau a chateá-las.

Da primeira vez que fui à praia dei comigo cheia de fungas de ter ali uns binóculos para observar as camadas da barreira por ali acima. Por isso, à segunda fui prevenida com uma espécie de cinto de ferramentas devidamente apetrechado com um canivete suíço, a câmara, os binóculos e até uma bolsa de primeiros socorros, com toalhetes desinfectantes e pensos rápidos, não vá o diabo tecê-las. Faltou-me a lupa. Uma lupa dá sempre jeito, sobretudo quando um ermita começa a ficar meio pitosga, que é uma chatice do caraças para quem costumava ver os mosquitos na outra banda e ler letrinhas microscópicas, como um aviso que aqui há uns anos vinha numas drageias de mentol, azulinhas e redondinhas, e que dizia "não comer a caixa". Sério. Gostava de poder ilustrar, mas entretanto deixei de as ver à venda no supermercado. Talvez tivessem ido à falência depois de pagarem a indemnização ao totó que justificou o aviso.
E então isto aqui é o ermita devidamente apetrechado para as praias do Oeste:
Olééé!

A saber: 
- um boné enfiado nos cornos, para não torrar os miolos; 
- os óculos escuros indispensáveis; 
- uma gabardine curtinha e fininha, que serve de corta-vento; 
- o tal do cinto cheio de bolsas com a tralha toda, que serve também para ir metendo os calhaus que for encontrando; 
- e uns calções curtinhos para poder andar dentro de água e baixar-me à vontade sem mostrar as cuecas. 
Falta-me a lupa, um bocado de corda de pára-quedas (que ainda não sei onde vou arranjar), um telemóvel com GPS e câmara fotográfica, que seria um 2 em 1, e talvez uma lanterna de leds, daquelas pequeninas mas muito potentes, porque às vezes dá jeito para espreitar para dentro dos buracos dos pedregulhos.

Um pára-pentista a pára-pentar na Areia Branca sul:
Calhando ainda vou perguntar a um destes gajos que alugam pára-pentes onde é que eles arranjam a tal corda de pára-quedas, também conhecida como paracord. A primeira vez que ouvi falar no paracord, que é um cordelinho fininho mas altamente resistente, foi a admirar a bela mochila de sobrevivência que apareceu no Things in my bag, um site em que o pessoal mostra a tralha que traz dentro da mala. 
É esta aqui, ora vejam:


Maxpedition Sitka, an awesome little bag.
Lifeline steel water bottle, 800ml.
Casio G-Shock watch, solar powered and IED proof.
Oakley Flak Jackets, orange tint.
Paracord bracelet, about six feet worth.
First Aid Kit, a basic boo boo kit.
Wallet, IDs, debit card, 20 bucks cash, quick reference card.
Rite-in-the-Rain notepad, I haven’t actually used it in the rain… yet.
Pocket Bible, always good to have.
U.S. Constitution, also good to have.
Asus Netbook - For on-the-go Tumbling and pr0n.
Glock 19, with 31 cartridges, in case of zombies.
SOG Powerlock 2.0, most useful item here.
Benchmade 580, always on my right pocket.
Surefire G2, an hour life at 60 lumens.
Zippo, because magic tricks are cool.
Flashdrive, 8gig.
Gum.
Cellphone, even though no one ever texts me
Canon G9, for the inner photo nerd.
Zune HD, 32 gigs of ear sex.
Nintendo DS, currently grinding my Soul Silver team.
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A legenda é do dono da mochila, evidentemente. É claro que o pistolão é que me encheu mesmo as medidas, mas os artigos parecem-me muito bem planeados para quem faz actividades ao ar livre. 
Calculo que o Novo Testamento, a constituição dos EUA e o pistolão façam parte do mesmo pacote - o gajo mostra-lhes que está no seu direito, dá-lhes um tiro e a seguir encomenda-lhes a alma. 'Tá certo.

E agora só mais uns palitos amarelos para encerrar o tema da praia:



Só porque eu achei giro.

Aqui há dias, um amigo do ermita estava a botar fotografias antigas um tanto bizarras no seu facebook e às tantas apareceu-me esta no mural e é claro que a minha mente perversa pensou logo que era outra coisa. Seguem-se os nossos comentários.

E pronto. Tinha de levar com ela, n'é verdade? Actualmente, é como um gajo dizer que gosta de vampiros e levar logo com o raças do Twilight. Ou melhor...
Hihihihihi... Assim ainda talvez me convencessem. 

Enfim, umas meninas lembraram-se de escrever umas xaropadas açucaradas para quem nunca se tinha interessado pelo tema (seja BDSM ou vampiros) e a malta achou que era novidade e vuuum!, atirou-se àquilo que nem moscas. Meninas espertalhonas, é um facto. 
Não li nenhum deles, nem o dos vampiros nem o dos sado-masocas, mas depois de ver o pessoal todo com um volume do 50 tons de Cinzento debaixo do braço (eu sei, eu sei, não é gralha, foi de propósito ;), perguntei à comadre que raio era aquilo, uma vez que ela também tinha um exemplar no saco da praia. E então a comadre começou a contar-me o enredo do livro e eu desatei a interrompê-la e a concluir-lhe as descrições com as cenas do Nove semanas e meia. É impressão minha ou aquilo é simplesmente mais do mesmo? Ok, o filme até era giro e teve a sua época, mas a história da menina que vai atrás da conversa de um tarado que não conhece de lado nenhum já está arrumada e assim deveria continuar. Porque na verdade não é nada boa ideia apresentarem uma situação dessas com um ar apelativo. Estes entusiasmos com a "novidade" entre o grande público (= artolas e verdinho) podem ser perigosos. O BDSM é um jogo onde a confiança é fundamental, ou seja, NUNCA se faz com um gajo qualquer que se acabou de engatar. E depois, mesmo entre casais com confiança q.b. para se meterem em florestrias dessas, pelo menos o parceiro dominador TEM de saber o que está a fazer. As experiências entre artolas verdinhos (= grande público) acabam frequentemente por dar merda. 
Se a ideia era ficar cheio de pica na última época estival, acho que o pessoal teria feito melhor em investir num vibrador do que em romances da corda. Mas pois, isso não dá para usar na praia nem no comboio - estava a esquecer-me desse pormenor.

Mas querem coisas picantes? Ora tomem lá vespas:
Pois isto aqui é o tal ninho de vespas do meu estore, de que já tinha falado no Diário anterior. Nessa altura eu estava mais preocupada com as pobres das vespas, que estavam a morrer aos magotes. Chegando as pobrezinhas ao seu prazo de validade, contratei então um jeitoso para vir cá mudar as fitas dos estores e limpar o ninho vazio (até porque a persiana já nem rodava, evidentemente). E o que ele encontrou foi esta bela colmeia dentro da caixa.
Saiu aos bocados e não foi lá muito fácil de tirar. Aqui um dos pedaços maiores, onde se pode apreciar o belo trabalhinho das vespas:
Uns casulos perfeitinhos, iguaizinhos e certinhos - uma maravilha.

Que lembra bastante estas formações de areia que outros bichinhos fizeram na praia, nos rochedos à beira mar:




Não fui investigar qual é a espécie que faz estas colmeias marinhas, mas deve ser uma prima afastada das vespas. Só pode.


Falámos em coisas picantes; e agora, querem cenas sexy?

Ora aqui vai - e nunca vocês imaginaram que os calhaus que eu trouxe da praia pudessem ser tão sexys para o meu gato:
 Até parece um bailado...

 O bailado do roça o bigode no calhau.

'Tou doidona! Weeeeee!

É um facto, eu devia era ter filmado isto. Mas pronto.

As minhas meninas em cima da estante. Elas adoram poleiro.

 Pela expressão da Zoya, dá para perceber como isto a diverte.

 A Zoya interessadíssima nos pombos que andavam aos pulos na varanda.

A Pixie não se entusiasma tanto com as alturas e aproveita sempre para fazer a toilette enquanto a outra anda cheia de energia a gozar a novidade.

Pixie no vaso, em duas versões:

Nhááááá... que sono:

Zoya na mesa da varanda:

Zoya na janela da varanda:

A atracção dos sacos das compras - tanto servem para nos metermos lá dentro...

...como para nos rebolarmos em cima:

Equilibrismos na casa de banho:

Zoya ao espelho.

Pixie a ver televisão no sofá - embora o programa não fosse dos que mais lhe agradam; ela gosta de documentários com texugos, suricatas e afins, enquanto a Zarosky gramava tudo o que metesse passarinhos ou lobos.


À janela a ver quem passa... ou ao microondas, que vai dar ao mesmo:

Pixie na varanda:
Nas photos de hoje ela até parece uma gatinha sossegada e pachorrenta, n'é? Pois é só aparência. Garanto.

Comprei o pacote das batatas de propósito para lhe tirar o retrato - claro que acabei por comê-las, mas não faziam parte da lista das compras até dar com os olhos nesta pérola:
Então em que é que ficamos...? 
(provavelmente só eu é que acho piada a isto, mas quero lá saber...)

E agora, alguém adivinha de quem são estas casquinhas? 
Pois são ovinhos de andorinha, minúsculos e de casca mole. As crias eclodiram e os papás atiraram as cascas borda fora para limpar o ninho. E eu apanhei-as no passeio lá em baixo, junto à porta do ermitério, e é claro que tive de lhes tirar o retrato.

Façam caretas!, disse eu. E elas fizeram. Ah lindas:
A madrasta e a tia numa voltinha higiénica para desmoer o almoço.

E para fotografar florinhas, ora bem, ou pensavam que já tinham escapado a levar com mais uma catrefada delas? 












Remato com uma coisa que eu ainda tenho de tirar a limpo - o que será isto? Uma couve mutante, uma espécie diferente ou um tipo qualquer de moléstia nas folhas?

E ainda uma coisa gira que encontrei no Baleal no ano passado e que não chegou a entrar não sei porquê:

E pronto, vou jantar.