Primeiro ainda quero mostrar as belas malaguetas que consegui cultivar num vaso, aqui mesmo na varanda do ermitério. São vários pés e estão carregadinhos:
Uma beleza retorcida:
Espero bem que isto pique.
E apresento ainda a Puga, uma coisa fofa mais preta que branca, que teve sete gatinhos na semana passada:
A dona da Puga tinha de ir para o Canadá nas próximas três semanas, por isso a gata e as crias ficaram hospedadas na casa de banho da minha tia, convertida em creche temporária. A bichinha tem-se mostrado muito afável e aparentemente não estranhou muito a mudança de residência - o que chega a ser esquisito, convenhamos.
E depois ainda quero mostrar mais um calhau cheio de conchinhas na praia do Porto das Barcas:
Montes de algas na areia, que a maré deposita:
E agora voltamos então ao Mercado Medieval de Óbidos, que terminou ontem. Desta vez fui com a Elsa e com o Zé, que já não são estreantes nas medievais e que estão mais ou menos a par do calendário que costumam ter. Pelos vistos, este ano os organizadores das feiras aí por esse país fora devem ter tentado fazer concorrência uns aos outros e montaram uma série delas na mesma altura, o que de certeza estraga bastante o negócio ao pessoal que faz os espectáculos destes eventos e aos vendedores de artesanato temático, além de perderem público de certeza - muita gente devia gostar de correr várias medievais durante as férias, mas assim tem de escolher só uma.
Chegámos lá, subimos a rua principal até ao castelo e ficámos um bocadinho à espera que saísse o cortejo. Muito menos gente a assistir desta vez, pelo menos ao pé dos portões, o que deu jeito para nos podermos chegar à frente. Desta feita, fui-me colocar estrategicamente do outro lado da rua para não ficar com o mesmo enquadramento das primeiras photos.
Foi giro estar lá pela segunda vez para poder apreciar as diferenças. O cortejo tinha um alinhamento diferente e alguns dos participantes traziam outros fatos, como o da bailarina que vinha novamente a abrir e que no outro fim-de-semana trazia um véu verde, que entretanto deve ter ido para a lavandaria:
Este moço que ia a rodar a capa é uma novidade, porque não estava lá da outra vez; ou se estava, não trazia a capa:
Desta vez os cavaleiros vinham sozinhos e eram só dois. Aqui temos o Pedro, com a sua fatiota verde,
seguido por um camelo que também ainda não tinha aparecido no cortejo:
Este aqui, se não estou a meter água, é o Pedro do Agape, com um ar todo façanhudo:
Duas meninas com dois matulões:
O Olivier também a desfilar sozinho, com os seus canitos esgadelhados à frente.
Que já aqui apareceram, mas vale sempre a pena voltar a olhar para eles,
já não falando no dono, evidentemente:
Achei que o pessoal do desfile estava todo com um ar um tanto macambúzio; espero que fosse só os efeitos do cansaço destes últimos dias e que não tenha nada a ver com aquilo que lhes pagam para estar ali.
Desta vez fui meter o nariz nas tendas ao pé da entrada, que ainda não tinha visto de perto:
As barraquinhas e as construções que instalaram por baixo das torres do castelo:
O Zé a entrar no espírito da coisa:
E espero que agora o moço não seja tímido e não me faça tirar isto daqui, porque esta deve ser uma das photos mais fixes que ele tem para deixar à posteridade.
Mais um panorama com a ponte lá ao fundo e um burro e tudo:
E aqui é outra vez o desfile já à volta, pelo castelo adentro, com a Rita a dançar (e com uma cinturinha que me deixa verde de inveja, a sentir-me uma badocha), e o moço da capa rotativa, que entretanto se deve ter cansado, ou então era o vento lhe atrapalhava a exibição:
Dois mágicos (ou coisa que o valha) que traziam cobrinhas malhadas ao pescoço:
O acampamento por baixo das torres:
Um passarinho com um ar todo refilão:
Como não sei como se chamam nem tenho grande tempo para ir pesquisar, prefiro não me arriscar a dizer disparates.
E mais um passarinho a espanejar as asas:
Animação de rua com os Albaluna a tocar e a Cristina a fazer a dança do ventre:
E a seguir fomos atacar a bela bifana enquanto não começava o torneio.
Desta vez fiquei numa posição bastante melhor, já sem levar com o sol de frente, mas as photos dos combates continuam bastante ranhosas porque a maquineta não dá p'ra mais.
E agora gostaria muito de ter conseguido identificá-los a todos e de poder explicar quem é que está a dar porrada em quem, mas isso demora muito a procurar, correndo o risco de dizer asneiras, portanto quem se reconhecer que se acuse. Só consegui apurar que o pessoal do torneio incluía os Cavaleiros do Tempo, os Espada Lusitana e os Agape, mais uns tantos figurantes independentes.
Isto aqui é o grupo da Hoste do Magriço, com o seu trabuco carregado de balões. Pelas descrições das batalhas, eu estava na ideia de que aquelas maquinetas a atirar pedregulhos era assim pimba pimba pimba, sempre a aviar. Depois de ver a engenhoca ao vivo, e se aquilo corresponde realmente à velocidade com que se carregava cada tiro, fiquei com uma ideia muito diferente sobre o ritmo dos ataques com máquinas de cerco. Era o lá vem um e entretanto podemos ir tomar café e verter águas atrás da moita. Porque ainda por cima aqui são balões, são levezinhos, ninguém tem de andar a acartar calhaus. Hollywood é que tem a culpa.
Uma vista do campo inteiro, com a entrada do Pedro, que fez a apresentação do torneio, com os guardas atrás.
O outro Pedro a cavalo:
Este não sei quem é, mas fazia parte do grupo dos inimigos:
Aqui literalmente a morder o pó da derrota,
mas não por muito tempo:
Mais porrada, com o Tomás em apuros:
Este reconheço-o por causa do cabelo.
O Nuno (acho eu...) a enfiar um muqueco no Tomás:
E aqui é quando desata tudo a discutir e a seguir envolvem-se todos à pêra, para animar o espectáculo:
O Olivier quase a espetar a lança nos fardos de palha:
O Olivier a atirar o escudo à cabeça do Pedro - espero bem que o rapaz tenha o capacete almofadado, porque pelos vistos leva cacetadas nos espectáculos todos.
Segue-se mais uma cena de pancadaria entre os grupos rivais:
E aqui já ao final, com a rapaziada a despedir-se do público.
Depois do espectáculo, como o Olivier estava ali mesmo à entrada a posar para a fotografia com o pessoal todo que se apresentava, enchi-me de coragem e pedi ao Zé para me tirar uma photo com ele. E foi aqui que não resisti e me agarrei ao homem que nem uma assanhada:
"Meu herói...!", disse eu, a saltar-lhe ao pescoço. E como vêem o gajo riu-se mas está com todo o ar de "ai que 'tou a ser atacado por uma maluca". Aproveitando a embalagem, perdi a vergonha e tunfas, dei uma beijoca na bochecha do Olivier. E a seguir fugi. Literalmente. Fugi logo para o pé do Zé e ainda ouvi o outro lá atrás a dizer "obrigado" (pois claro que foi obrigado, ele nem tinha por onde fugir), e a mulher dele é que talvez não tenha achado lá muita graça, mas provavelmente já estará habituada a ver cenas parecidas. E depois desta façanha (pois, que para mim isto é uma façanha), passei o resto da noite com um sorriso idiota, a ver estrelinhas à frente dos olhos, completamente aparvalhada. Valeu a pena, só lhes digo.
Estava cheia de fungas para pôr aqui a minha photo com o Olivier logo no dia seguinte, mas além de ter cá mais quatro pessoas em casa, à noite ainda estive a ver uma parte daquela festa maçónica com que encerraram os jogos de Londres. Não tive pachorra para assistir àquilo tudo, outra vez chato e comprido como na abertura, mas ainda vi um grande bocado.
Sempre que há jogos, insistem sempre no espírito olímpico - o importante não é ganhar, é participar, dizem eles - e em como aquilo é a festa da fraternidade, do desportivismo, e ai que amiguinhos que nós somos todos, mas depois vemos sempre uma data de malta com um ar simultaneamente furioso e envergonhado a discutir porque é que os atletas não trazem medalhas para casa - atribuindo-se normalmente as culpas à falta de apoios e ao excesso de borga. Então em que é que ficamos? É uma competição, toda a gente sabe que é uma competição, é um combate, é nós contra eles; não seria melhor chamarem os bois pelos nomes? Fraternidade o caraças. Rivalidade. Divisões.
E este ano até o raças da tocha estava dividida. Cada um com a sua. Pode ter ficado bonito na fotografia, mas aquilo não era uma tocha a sério. Assim como a festa, que ainda 'tou para perceber o que é que aquele panorama duvidoso sobre a música britânica, com uma passagem de modelos pelo meio, pode ter alguma coisa a ver com desporto. Ou melhor, vendo a coisa por outra mira, acho que entendo onde querem chegar.
Uma pirâmide de blocos construída mesmo por baixo do London Eye (uma pirâmide com um olho por cima? Hummm... onde é que já vimos isto?), desenhos psicadélicos no ecrã por trás dos Kaiser Chiefs, que às tantas formam um olho sobre quadrados pretos e brancos, os triângulos de luzes por cima do estádio (nada de familiar naqueles ângulos?), a fénix a levantar-se por cima das chamas das nações (ou das nações em chamas?); depois de se ver estas imagens repetidas até à exaustão e de todas as maneiras possíveis na música, no cinema, na moda e na publicidade, é difícil continuar a achar que seja tudo só por acaso.
É que de vez em quando há que lembrar ao povão quem é que manda. Mesmo que ele não se aperceba do que lhe estão a dizer.
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