28.8.12

Ermita - regras de convivência

(para quem ainda não percebeu)

  • Façam os possíveis para não falar comigo quando acabei de me levantar. Isto pode aplicar-se até às primeiras duas horas ou até ao primeiro café (mas também não gosto lá muito de café, portanto é melhor não arriscarem).
  • Se me perguntam se eu acho que estão mais gordos ou se a roupa vos fica bem, lembrem-se de que vão receber uma resposta honesta.
  • Se pudermos saber alguma coisa pela net, pelas etiquetas ou pelas placas da estrada, não é preciso falar com empregados, transeuntes e etc. Se não houver mesmo outra hipótese, então vão lá vocês falar com eles, que eu fico cá atrás a assistir.
  • Os meus desaparecimentos súbitos devem-se habitualmente a demasiadas horas seguidas com companhia; lembrem-se disso antes de entrar em pânico.
  • Se muitas vezes estou calada, não é por ser tímida; provavelmente é porque me estou a esforçar para não vos dar a minha opinião.
  • Cuidado com as surpresas; as minhas reacções também podem ser surpreendentes.
  • Não esperem que eu vá ter não sei aonde, ao pé de não sei o quê, por caminhos que nunca vi. Venham vocês e é se querem. (Ok, quando tiver massa compro um GPS, mas também não garanto nada).
  • Se não atendo o telemóvel, provavelmente não me aconteceu nada de grave – é apenas porque não ouvi. Ou porque vi quem era.
  • Só eu é que posso mudar de planos à última da hora.
  • A insistência é o caminho mais curto para vocês irem à fava.
  • Redundâncias do género “posso fazer uma pergunta?” têm obviamente respostas tortas.
  • Primeiro estão as minhas gatas; depois estou eu; a seguir, depende do pé com que me levantei da cama.
  • Se me estiverem a ver os olhos de frente enquanto eu falo, é porque a coisa já não está nada boa para o vosso lado.
  • Tenho sempre uma razão lógica para fazer tudo o que faço, mas nem sempre estou disposta a contar qual é. Raramente, aliás.

14.8.12

Diário do Oeste - 42

Ermita ainda fazer a dança da vitória, depois de ter voltado ao Mercado Medieval de Óbidos e de ter conseguido ferrar uma beijoca no lindinho, yupi yupi yupi! Mas já lá vamos.

Primeiro ainda quero mostrar as belas malaguetas que consegui cultivar num vaso, aqui mesmo na varanda do ermitério. São vários pés e estão carregadinhos:

Uma beleza retorcida:
Espero bem que isto pique.

E apresento ainda a Puga, uma coisa fofa mais preta que branca, que teve sete gatinhos na semana passada:
A dona da Puga tinha de ir para o Canadá nas próximas três semanas, por isso a gata e as crias ficaram hospedadas na casa de banho da minha tia, convertida em creche temporária. A bichinha tem-se mostrado muito afável e aparentemente não estranhou muito a mudança de residência - o que chega a ser esquisito, convenhamos.

E depois ainda quero mostrar mais um calhau cheio de conchinhas na praia do Porto das Barcas:

Montes de algas na areia, que a maré deposita:


Dentro de água, é uma autêntica sopa. Em tempos que já lá vão tomei banho numa praia semelhante e lembro-me de que era quase impossível nadar com tanta alga a embaraçar-se nos nossos pés.

E agora voltamos então ao Mercado Medieval de Óbidos, que terminou ontem. Desta vez fui com a Elsa e com o Zé, que já não são estreantes nas medievais e que estão mais ou menos a par do calendário que costumam ter. Pelos vistos, este ano os organizadores das feiras aí  por esse país fora devem ter tentado fazer concorrência uns aos outros e montaram uma série delas na mesma altura, o que de certeza estraga bastante o negócio ao pessoal que faz os espectáculos destes eventos e aos vendedores de artesanato temático, além de perderem público de certeza - muita gente devia gostar de correr várias medievais durante as férias, mas assim tem de escolher só uma.

Chegámos lá, subimos a rua principal até ao castelo e ficámos um bocadinho à espera que saísse o cortejo. Muito menos gente a assistir desta vez, pelo menos ao pé dos portões, o que deu jeito para nos podermos chegar à frente. Desta feita, fui-me colocar estrategicamente do outro lado da rua para não ficar com o mesmo enquadramento das primeiras photos.
Foi giro estar lá pela segunda vez para poder apreciar as diferenças. O cortejo tinha um alinhamento diferente e alguns dos participantes traziam outros fatos, como o da bailarina que vinha novamente a abrir e que no outro fim-de-semana trazia um véu verde, que entretanto deve ter ido para a lavandaria:

Este moço que ia a rodar a capa é uma novidade, porque não estava lá da outra vez; ou se estava, não trazia a capa:

Desta vez os cavaleiros vinham sozinhos e eram só dois. Aqui temos o Pedro, com a sua fatiota verde,

seguido por um camelo que também ainda não tinha aparecido no cortejo:

Este aqui, se não estou a meter água, é o Pedro do Agape, com um ar todo façanhudo:

Duas meninas com dois matulões:

O Olivier também a desfilar sozinho, com os seus canitos esgadelhados à frente.

Que já aqui apareceram, mas vale sempre a pena voltar a olhar para eles,

já não falando no dono, evidentemente:
Achei que o pessoal do desfile estava todo com um ar um tanto macambúzio; espero que fosse só os efeitos do cansaço destes últimos dias e que não tenha nada a ver com aquilo que lhes pagam para estar ali.

Desta vez fui meter o nariz nas tendas ao pé da entrada, que ainda não tinha visto de perto:


As barraquinhas e as construções que instalaram por baixo das torres do castelo:

O Zé a entrar no espírito da coisa:
E espero que agora o moço não seja tímido e não me faça tirar isto daqui, porque esta deve ser uma das photos mais fixes que ele tem para deixar à posteridade.

Mais um panorama com a ponte lá ao fundo e um burro e tudo:

E aqui é outra vez o desfile já à volta, pelo castelo adentro, com a Rita a dançar (e com uma cinturinha que me deixa verde de inveja, a sentir-me uma badocha), e o moço da capa rotativa, que entretanto se deve ter cansado, ou então era o vento lhe atrapalhava a exibição:

Dois mágicos (ou coisa que o valha) que traziam cobrinhas malhadas ao pescoço:

O acampamento por baixo das torres:

Um passarinho com um ar todo refilão:
Como não sei como se chamam nem tenho grande tempo para ir pesquisar, prefiro não me arriscar a dizer disparates. 

E mais um passarinho a espanejar as asas:

Animação de rua com os Albaluna a tocar e a Cristina a fazer a dança do ventre:


E a seguir fomos atacar a bela bifana enquanto não começava o torneio. 
Desta vez fiquei numa posição bastante melhor, já sem levar com o sol de frente, mas as photos dos combates continuam bastante ranhosas porque a maquineta não dá p'ra mais.
E agora gostaria muito de ter conseguido identificá-los a todos e de poder explicar quem é que está a dar porrada em quem, mas isso demora muito a procurar, correndo o risco de dizer asneiras, portanto quem se reconhecer que se acuse. Só consegui apurar que o pessoal do torneio incluía os Cavaleiros do Tempo, os Espada Lusitana e os Agape, mais uns tantos figurantes independentes.

Isto aqui é o grupo da Hoste do Magriço, com o seu trabuco carregado de balões. Pelas descrições das batalhas, eu estava na ideia de que aquelas maquinetas a atirar pedregulhos era assim pimba pimba pimba, sempre a aviar. Depois de ver a engenhoca ao vivo, e se aquilo corresponde realmente à velocidade com que se carregava cada tiro, fiquei com uma ideia muito diferente sobre o ritmo dos ataques com máquinas de cerco. Era o lá vem um e entretanto podemos ir tomar café e verter águas atrás da moita. Porque ainda por cima aqui são balões, são levezinhos, ninguém tem de andar a acartar calhaus. Hollywood é que tem a culpa. 

Uma vista do campo inteiro, com a entrada do Pedro, que fez a apresentação do torneio, com os guardas atrás. 

O outro Pedro a cavalo:

Este não sei quem é, mas fazia parte do grupo dos inimigos:

Aqui  literalmente a morder o pó da derrota, 
 mas não por muito tempo:

Mais porrada, com o Tomás em apuros:
Este reconheço-o por causa do cabelo.

O Nuno (acho eu...) a enfiar um muqueco no Tomás:

E aqui é quando desata tudo a discutir e a seguir envolvem-se todos à pêra, para animar o espectáculo:

O Olivier quase a espetar a lança nos fardos de palha: 

O Olivier a atirar o escudo à cabeça do Pedro - espero bem que o rapaz tenha o capacete almofadado, porque pelos vistos leva cacetadas nos espectáculos todos. 

Segue-se mais uma cena de pancadaria entre os grupos rivais:

 E aqui já ao final, com a rapaziada a despedir-se do público. 

Depois do espectáculo, como o Olivier estava ali mesmo à entrada a posar para a fotografia com o pessoal todo que se apresentava, enchi-me de coragem e pedi ao Zé para me tirar uma photo com ele. E foi aqui que não resisti e me agarrei ao homem que nem uma assanhada:
"Meu herói...!", disse eu, a saltar-lhe ao pescoço. E como vêem o gajo riu-se mas está com todo o ar de "ai que 'tou a ser atacado por uma maluca". Aproveitando a embalagem, perdi a vergonha e tunfas, dei uma beijoca na bochecha do Olivier. E a seguir fugi. Literalmente. Fugi logo para o pé do Zé e ainda ouvi o outro lá atrás a dizer "obrigado" (pois claro que foi obrigado, ele nem tinha por onde fugir), e a mulher dele é que talvez não tenha achado lá muita graça, mas provavelmente já estará habituada a ver cenas parecidas. E depois desta façanha (pois, que para mim isto é uma façanha), passei o resto da noite com um sorriso idiota, a ver estrelinhas à frente dos olhos, completamente aparvalhada. Valeu a pena, só lhes digo.

Estava cheia de fungas para pôr aqui a minha photo com o Olivier logo no dia seguinte, mas além de ter cá mais quatro pessoas em casa, à noite ainda estive a ver uma parte daquela festa maçónica com que encerraram os jogos de Londres. Não tive pachorra para assistir àquilo tudo, outra vez chato e comprido como na abertura, mas ainda vi um grande bocado. 
Sempre que há jogos, insistem sempre no espírito olímpico - o importante não é ganhar, é participar, dizem eles - e em como aquilo é a festa da fraternidade, do desportivismo, e ai que amiguinhos que nós somos todos, mas depois vemos sempre uma data de malta com um ar simultaneamente furioso e envergonhado a discutir porque é que os atletas não trazem medalhas para casa - atribuindo-se normalmente as culpas à falta de apoios e ao excesso de borga. Então em que é que ficamos? É uma competição, toda a gente sabe que é uma competição, é um combate, é nós contra eles; não seria melhor chamarem os bois pelos nomes? Fraternidade o caraças. Rivalidade. Divisões. 
E este ano até o raças da tocha estava dividida. Cada um com a sua. Pode ter ficado bonito na fotografia, mas aquilo não era uma tocha a sério. Assim como a festa, que ainda 'tou para perceber o que é que aquele panorama duvidoso sobre a música britânica, com uma passagem de modelos pelo meio, pode ter alguma coisa a ver com desporto. Ou melhor, vendo a coisa por outra mira, acho que entendo onde querem chegar. 
Uma pirâmide de blocos construída mesmo por baixo do London Eye (uma pirâmide com um olho por cima? Hummm... onde é que já vimos isto?), desenhos psicadélicos no ecrã por trás dos Kaiser Chiefs, que às tantas formam um olho sobre quadrados pretos e brancos, os triângulos de luzes por cima do estádio (nada de familiar naqueles ângulos?), a fénix a levantar-se por cima das chamas das nações (ou das nações em chamas?); depois de se ver estas imagens repetidas até à exaustão e de todas as maneiras possíveis na música, no cinema, na moda e na publicidade, é difícil continuar a achar que seja tudo só por acaso. 
É que de vez em quando há que lembrar ao povão quem é que manda. Mesmo que ele não se aperceba do que lhe estão a dizer.

10.8.12

Diário do Oeste - 41

Ermita às pedrinhas, aproveitando enquanto o progenitor está por aqui de férias.
Manhã na praia do Caniçal, onde acho que ainda só tinha ido na maré vazia, pela areia, que era coisa que aquilo quase não tinha:

O terreno de buscas estava do piorio, próprio para a escorregadela, a exigir equilíbrios e algum cuidado para evitar um banho forçado:

Não foi uma manhã muito proveitosa, mas ainda consegui encontrar um ossito metido num calhau:
 Uma conchinha fossilizada, que deixei lá na mesma, para outro encontrar:


E um calhauzinho bonito, com um círculo de cristais:

Entretanto a maré foi baixando e ainda fui até à fronteira do Caniçal, aos pedregulhos que dão para a praia do Paimogo:

Pelo caminho, fui fotografando uns quantos buraquinhos giros. Vistos de perto, são como pequenos mundos aquáticos, cheios de plantas e de bichinhos vários:

um montinho de lapas submersas

Um graaande prado verde, onde só faltam as vaquinhas... ou antes uma pedra forrada de limos:

 E um bocado de madeira fossilizada debaixo de água:

Quando já vínhamos embora é que finalmente abriu o sol - a madrasta cortou o chapéu ao meu pai, mas ficámos os dois porreiros na photo, oh p'ra nós:

Uma outra manhã na Areia Branca norte, à hora da maré vazia, que é quando fica tudo destapado e se pode espiolhar à vontade, mas que afinal não rendeu quase nada.
O que havia por lá muito era aspirantes a surfistas a treinar, aos pulos pela praia fora, aqui a fazerem bicha para ir ao banho:

Estica estica estica...

Terreno aparentemente óptimo, mas muito pouco frutífero em termos de fósseis. Ou então era eu que estava meia vesga. As rochas no sopé da barreira estavam todas destapadinhas, mesmo a pedi-las, mas não me apareceu nada de assinalável:

Rochas de durezas diferentes metidas umas nas outras - a mais escura vai-se desgastando e soltando a mais clara, esta aqui em feitio de garrafão:

E de vez em quando soltam-se seixos redondinhos como este:

 Ou então formam aglomerados de bolinhas com feitios bizarros:

Cratera de rocha escura metida na rocha clara e cheia de seixos lá dentro, tipo batatinhas no tacho:

Um calhau giro, mas demasiado matulão para se conseguir acartar:

Colónia de lapas a trabalhar para o bronze:

Efeitos de água a escorrer pela areia fora, em ondas de espuma sólida.

Sempre gostei de anéis grandes, mas este não dava mesmo jeitinho nenhum:

Um calhauzinho cheio de bocados de concha fóssil, que veio acabar a enfeitar a minha varanda:
O chato é que a seco não faz grande contraste; talvez pudesse arranjar um aquário para meter estes calhaus lá dentro, para os poder ver sempre molhados.

E aqui a superfície de uma concha embutida numa rocha:

Praias à parte, mudamos de cenário para o Mercado Medieval de Óbidos. Fui pela primeira vez no ano passado, com a tia atrás, e fiquei fã, embora o meu entusiasmo provavelmente se deva mais ao Olivier, que deve cheirar a cavalo e tudo, do que propriamente ao ambiente. Mas já lá vamos. 
Desta vez agarrei no progenitor e na madrasta e levei-os para a Medieval, já que eles nunca tinham ido a nenhuma. Chegámos lá mesmo à hora de sair o cortejo, com a menina da dança do véu logo a abrir:

Alguns fatos são bastante convincentes, a não ser pelo facto de estarem demasiado limpinhos para a época que pretendem recriar, em que a malta não seria assim lá muito adepta do banho e a roupa não estaria tão lavadinha e engomada nem em dias de festa. No entanto, é de supor que as peças em malha de ferro estivessem sempre impecáveis, porque aquela coisa dava uma trabalheira a fazer e não se podia deixar que ganhasse ferrugem.

Calculo que estes barretes continuem a ser todos feitos à unha, elo a elo, porque não há maquinetas que façam esta malha de empreitada.

E ok, proteger o nariz será sempre aconselhável, mas o raças destes capacetes não deviam deixar ver um boi - a menos que marrasse mesmo de frente.

Pela bandeira, presume-se que estávamos algures entre 1385 e 1485. Pela informação no site do turismo (porque lá ao vivo passou-me completamente ao lado e não percebi), este ano estavam a recriar o casamento do D. Afonso V com a Dona Isabel de Coimbra. E a seguir veio o D. João II, que não tinha tanto olho para o design, e mudou a bandeira outra vez. Mas para o meu gosto esta foi a mais bonita até agora: 

E aqui temos os dois enormes canitos do Olivier, que devem comer mais do que ele:


Logo seguidos pelo dono a cavalo, mais o colega de lutas, aqui numa photo rara porque ele está a sorrir para a assistência:

Porque o estado normal dele é este, completamente dentro da personagem:
"Eu sou muita mau...! Grrrr!"

Aqui já é o cortejo à vinda, quando eles deram a volta e entraram outra vez pelo portão da torre. O alinhamento estava óptimo porque puseram a miúda a rebolar o umbigo mesmo atrás dos frades, todos embiocados para não haver tentações ("não olhes p'a trás, não olhes p'a trás, ai minha nocha chenhora...")

E estes aqui chibam-se todos. São bufos e com muito orgulho.
 Já no ano passado os tinham posto contra um fundo muito fatela para a fotografia, porque eles confundem-se com as pedras. A camuflagem resulta, é um facto, mas um pano preto lá atrás iria destacá-los que era uma beleza. A não ser que eles se sentissem incomodados com isso, claro.



 Mais umas vistas da feira com barraquinhas várias, aqui com as meninas todas à volta dos incensos

e os meninos todos à volta da cerveja, ora pois:
Eu devia ter dito ao progenitor para se chegar mais p'ó lado.

E aqui o cabeça de lata a posar para o retrato:

Do meio do maralhal, mas sem gente à vista:
Um breve alívio para respirar fundo - o truque para aguentar um banho de multidão é fixar um ponto onde não haja ninguém, de preferência um céu aberto para compensar a sensação de aperto.

E a seguir fomos ver o torneio medieval dos Cavaleiros do Tempo, que este ano encenavam uma disputa entre Óbidos e Coimbra. O recinto que lhes arranjaram não comporta a malta toda que vai assistir e há quem vá para lá torrar ao sol por mais de uma hora para garantir lugar. Ainda por cima, pela posição da bancada, só se vê o torneio em contraluz. Péssimo para as photos e pouco confortável para os olhinhos da assistência. Calculo que não haja grandes hipóteses de virem a mudar o recinto, porque não deve haver espaços livres e suficientemente grandes por ali.

E cá temos outra vez o Olivier a fazer cara de mau, aqui para refilar com o pessoal que se foi pôr lá à frente com as pernas penduradas, mesmo a pedir para levar com um cavalo em cima:
Uma vez que não costumo ser lá muito dada a entusiasmos, a não ser quando se trata de calhaus, ervinhas e bicharada, devo explicar que aqui o Olivier é uma excepção porque
- ok, o homem é lindo e pronto;
- faz sempre o papel do mau, e toda a gente sabe que os maus são muito mais interessantes - quando é tudo fita, claro;
- passa a vida a cavalo, de espada em punho, a dar porrada nos colegas; querem emprego mais fixe?

Já estou a imaginar o cartão de visita: "cavaleiro profissional - matam-se dragões, salvam-se donzelas, conquistam-se reinos".

O Olivier a festejar depois de ter dado uma cacetada no estafermo (segundo eles), que eu só conhecia como quintana (o aparelhómetro ali no meio, com um escudo na ponta de um braço giratório):

A malta entra bastante no espírito da coisa e há por lá sempre uns meninos na assistência que desatam a vaiar os "inimigos" numa algazarra do caraças. Por azar, fiquei com duas pitas ao lado que fizeram um chavascal indecente do princípio ao fim, mas como ali na bancada continuávamos no século XXI não lhes pude torcer o pipo. Mais atrás havia um fulano a mandar graçolas e o Olivier aproveitou logo para armar uma grande discussão para dar mais veracidade ao espectáculo:

Porrada neles! E isto tem de estar muito bem coreografado para parecer que é a sério e ninguém ficar com uma orelha a menos:







As photos estão bastante ranhosas, mas foi o que se conseguiu a contraluz e a milhas de distância - para a próxima não me posso esquecer de chegar mais cedo e de me sentar lá mais para o meio, para conseguir ver as lutas de frente.

E aqui entra a polícia - a parte em que eles desatam todos à pêra e tem de vir a guarda para os meter na ordem:

E o melhor que se arranjou dos cavalinhos foi isto - uma photo do progenitor, que estava sentado ao topo do campo e não levava com o sol directamente na máquina. As minhas ficaram todas pretas e pouca coisa se aproveitou.

Excepção para esta, com o Olivier e o cavalo a contraluz, e que ficou esta lindeza dramática:

E agora só mais duas lindezas para terminar:
 As minhas meninas na varanda, com os calhaus que eu trouxe da praia.

E as minhas meninas a deixarem a dona com os cabelos em pé:
Porque estamos num terceiro andar e às vezes elas parecem esquecer-se de que a gravidade é uma coisa lixada.