21.2.08

Diário do Oeste - 10

Semana pouco produtiva para mim, com o trabalho a progredir a passo de caracol. Quase não meti o nariz fora de casa, por isso não sei se a Terra dos Loureiros foi muito atacada pelas chuvadas ou não, mas acho que por aqui não houve enchentes nem nada do género, apesar do Rio Grande de vez em quando se lembrar de fazer justiça ao nome e desatar a transbordar, para se vingar dos meses todos em que não passa de um riacho raquítico e malcheiroso. De qualquer maneira, como eu vivo na zona alta, estou a salvo da cheia - e se o aquecimento global acabar mesmo por fazer o nível do mar subir não sei quantos metros, provavelmente a minha casa vai ficar no meio de uma ilhota com vista para outra, com a igreja e o cruzeiro, porque aparentemente estamos ao mesmo nível.
Não é só o sítio que é alto; o meu andar também é. Bastante. Sobretudo para quem vem escada acima até aqui ao terceiro andar com uma bilha de gás às costas. "Uma só não custa..." dizia o desgraçado ainda deitar os bofes pela boca, armado em valente, "...mas se fossem três ou quatro, eu tinha dito logo ao patrão que as trouxesse ele". Poooois... o moço estava mesmo a querer mostrar que era um valentão. Mas pronto, chegou cá acima, largou a dita e instalou-me o novo rotor porque eu resolvi mudar de gás (mais barato e mais perto de casa). O que eu não fazia ideia é que este rotor era bastante mais alto e agora a gaveta que fica por cima já não entra. Mas tudo bem, é só mais um buraco. Mais um ou menos um é igual ao litro, porque de qualquer maneira a minha cozinha parece ter passado por um terramoto; volta e meia cai mais uma porta, que vai direitinha para o lixo porque isto já não tem conserto, está-se tudo a desfazer. Quando houver verba para tal, vou arrancar esta porcaria e pôr armários novos (e azulejos e ladrilhos e isso tudo). Olaré. E garanto que me vai dar um gozo do caraças arranjar uma bela marreta e desmachar o raças dos armários à cacetada. Hehehehe
E então, aqui há uns dias pesei-me na balança do posto médico e fiquei com os cabelos em pé: 57 quilos. Eu nunca tinha pesado 57 quilos. O meu máximo até agora, que eu desse conta, tinham sido os 56 aqui há uns anos e toda a gente me dizia "'tás mais gordinha..." (...putas) porque realmente eu estava com umas belas bochechas. Agora, como já passei os quarenta, já não há bochechas, por isso engordei mas continuo com a minha cara de fuínha e ninguém parece ter notado (ou então toda a gente notou mas ninguém diz nada ...putas). Passado o susto, decidi fazer uma dieta a sério. Nada de coisas farinhentas, chocolates nem pensar, alguma fruta para me fornecer algum açúcar e o resto é só paparoca saudável. ...Ok, tenho passado uma fome do caraças. Mas o facto é que já esvaziei um bocadinho o pneu. Ou assim achava eu, esta manhã a ver-me ao espelho (depois de ter saído do banho em alta velocidade a gritar oh da guarda porque se tinha acabado o gás). Vesti a saia e até apertei mais um furo ao cinto com toda a naturalidade, mais um bocadinho e desatava aos saltos como as meninas do anúncio, "serviu! serviu!". Toda animadinha, passei na farmácia e fui-me pesar, a ver quanto é que eu já tinha perdido. E a malvada maquineta diz-me com toda a lata: 58,80.
Sim, eu sei, são balanças diferentes.
A propósito, está na hora de ir trincar qualquer coisita...

Três coisas lindas só para terminar:


o arbusto da Odete


as flores da tia


a Zarosky a ajudar-me a fazer a cama

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