14.10.07

Regresso ao ermitério

De Stornoway para Edimburgo, de Edimburgo para Faro, de Faro para Lisboa e de Lisboa para Cacém City. Uff.
Abri a porta, larguei a mala, sentei-me no chão e agarrei-me ao gato, mas ele estava mais interessado em me farejar, como que para ter a certeza que desta vez era mesmo eu e não a vizinha de cima que lhe vinha dar a ração do dia. Farejou-me as mãos, a cara, a roupa e a mala antes de renhaunhar finalmente, em resposta às minhas efusões, ainda num tom reprovador, "mas onde é que te meteste durante este tempo todo, oh meu sacana dum raio?", mas já a deixar-se embalar e chocalhar e espremer contra o meu peito.
E agora não posso sair de casa nem para ir lá abaixo ao supermercado, p'a tratar de abastecer o frigorífico, que ela pensa (ah sim, eu digo "o gato" mas a Zarosky é uma gata; faz falta uma forma neutra eficaz no português), mas dizia eu que ela pensa que me vou voltar a pirar por mais dois meses e fica histérica de todo, em renhaus desesperados do outro lado da porta. Avizinham-se longos tempos de nhonhós, de colos e de coçar barrigas; há que tratar do stress do animal.
E não me apetece nada desfazer a mala. Não é que queira fugir outra vez; é preguiça mesmo, só de pensar que tenho de arrumar a tralha toda nos armários. Fica pra depois; por agora ainda estou na ressaca da viagem e só me apetece ferrar o galho no sofá com um gato em cima.

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