21.12.12

O fim do mundo

...em cuecas

vermelhas, claro



graças à genial Reapersun, que conseguiu transformar os desenhos dela no canon do universo paralelo da fanfiction por esse tumbas fora.

Mas cá para mim, foi este aqui que nos salvou outra vez:


8.12.12

Diário do Oeste - 45

Ermita ainda a curar uma carrapata do caraças, para cumprir as tradições da estação. Época de gripalhosas e afins, mas pode ser que fique já imune para o Inverno e não volte a ficar de molho.

Três coisas que nunca me imaginei a dizer:

#1 - tenho piolhos nos tomates
E os cabrões estão a dar-me cabo das plantinhas.  Além das minúsculas moscas brancas e dos ovos ou larvas ou lá o que seja isto (as pintinhas castanhas), as folhas estão a ficar com um aspecto empoeirado e as pontas das ramas estão todas a secar. Acho que isto já lá não vai nem com insecticida (que eu fujo de usar, por causa das vespas - mas esta eu explico mais adiante). Quanto a tomates, népia; as flores amarelas caíram e não vejo nem raça deles, mas também é normal porque já não estamos na época dos tomateiros.

#2 - estou com dor de cotovelo 
Três pontinhos com as antenas no ar. O amarelo é do betadine. A sacrista da enfermeira não me deixou ver o médico a dar os pontos, por mais que eu lhe garantisse que não ia ter nenhum chilique. Como eu sou teimosa e não virei o nariz para o lado, como ela insistia, a malvada tapou-me a vista com a ponta do paninho verde que me tinham posto em cima do braço, só com um buraco para ele fazer a costura. Ou seja, a parte gira foi exactamente a que eu não vi. Oh rai's parta.

#3 - e já sei onde é que os duendes esconderam o pote de ouro!
Está no meio do campo de futebol cá da terra. A chatice é que acho que não me deixam lá entrar com uma pá e desatar fazer buracos na relva.

E agora a minha colheita de malaguetas. Acho que já só há uma ou duas na planta, mas para o ano volta a dar mais.
Os mais pequenos são os jindungos e as plantas ainda estão carregadas com outros tantos. Pelos vistos rendem muito mais do que as malaguetas, talvez por não gastarem tanta energia a criar frutos grandes. 

E aqui são os mesmos da fotografia de cima, mas metidos numa tigela. Só porque fica bonito.
Entretanto o meu pai ainda não conseguiu encontrar a famosa receita do picante, mas foi à net e sacou uma muito parecida (ora bolas para o secretismo...). Resta saber se aquilo pica. Por enquanto está a marinar às escuras, com duas abanadelas por dia, e o molho fica pronto ao fim de um mês. Como ele fez o picante só com malaguetas e elas não são lá muito picosas, arrisca-se a ficar apenas com uma espécie de azeite alcoólico e perfumado para temperar no prato. Vamos aguardar para ver o que sairá dali (não estou a dar lá muito pela caçada, é um facto - só provando).

Não sei uma vírgula sobre o ciclo de vida das vespas, mas as pobrezinhas estão a dar o pandeco em massa. Tenho dois ninhos nos estores, um em cada varanda. Curiosamente, a colónia do estore da cozinha parece continuar a dar-se bem, embora aparentemente com poucos membros, mas na varanda da sala, onde havia montes delas, estou sempre a encontrar vespas molengonas, moribundas ou já de pernil esticado, ainda que continuem umas tantas a entrar e a sair da caixa do estore.

Duas meninas já um tanto combalidas:

E é por causa delas que não quero usar o insecticida nos tomateiros, porque eles estão mesmo por baixo da caixa do estore e o gás pode infiltrar-se na colónia. A solução seria mudar o vaso de sítio, pelo menos durante a noite, enquanto ficasse com o produto, mas para isso tinha de o pôr onde as minhas gatas não chegassem, o que é um bocado difícil porque só tenho uma porta à prova de gato, que é a do meu quarto - e eu não vou dormir com o insecticida lá dentro e as minhas meninas a miar à porta, evidentemente. 
Enfim, os piolhos também têm direito à vida e, assim como assim, com este frio os tomateiros já estavam com os dias contados.

Olá, quem és tu? - foi só eu fazer-lhe um bch bch e ela veio logo ter comigo toda curiosa:
E eu aproveitei para lhe tirar o retrato, ora pois. É a gata da Milucha e acho que se chama Branquinha (a Milucha refere-se a ela como "a minha branquinha", mas não sei se é mesmo o nome dela).
É um bichano todo dado, que se pôs logo a rebolar à minha frente mesmo sem me conhecer de lado nenhum:

A Pincelada, a última da ninhada da Puca a arranjar dono, foi finalmente entregue já com quatro meses feitos e ficou a chamar-se Mini:
É sempre mais difícil entregá-los ao fim de tanto tempo porque entretanto habituam-se às rotinas da casa, dormem na cama e já fazem parte da família. Foi assim que a minha tia não resistiu a ficar com o terceiro gato, mas com esta seriam quatro e ia começar a pesar muito no orçamento (até porque além dos oficiais ainda tem os frequentadores do quintal que lá almoçam todos os dias). Mas pronto, a bichinha seguiu viagem e o que interessa é que se divirta com a nova família.

Diversidade, não é o que eles recomendam? Ora cá temos um exemplo no meu prato:
Seguindo o sentido dos ponteiros do relógio, a começar nas nove horas, temos aqui esparguete integral, agriões, rabanetes, tomate, cogumelos salteados com cebola e ovo mexido. Estava bom, mas era comida a mais. E o esparguete era um bocado escusado, confesso. Pelo menos o aspecto ficou bonito.

Duas photos da Areia Branca:
Nesta altura já não tenho companhia para ir aos calhaus e de qualquer maneira, com este tempo, precisaria de umas galochas para andar na areia. O que não deve dar grande jeito. 
Aqui há dias não resisti e fui até à praia ver as vistas, com ideias de ir tomar uma bela bejeca fresquinha no bar da foz. Mas afinal cheguei lá e bati com o nariz na porta, que estava fechado para obras. 
Fica a photo da foz aberta (volta e meia a maré traz areia e fecha a ligação ao mar) e da rocha "lunar" cá do sítio.

As belas laranjas do quintal da tia, todas pintalgadas com um produto qualquer anti-bicho:
A árvore ainda é pequena, com pouco mais de um metro de altura, mas está carregadinha de laranjas.

As ternuras desta tarde - a Riscadinha a lavar a cabeça ao filho:
O Matchi já é um matulão independente, mas dá sempre jeito uma língua extra para as zonas mais difíceis.

A Matilde a fazer festas à Yara:

De vez em quando deixa-lhe o pêlo ao contrário porque ainda não domina lá muito bem a técnica, mas a Yara não se importa.

E para rematar, as minhas meninas a apanhar sol à janela, a aproveitarem enquanto não chove.

14.11.12

Pixie com agriões

Pois isto aqui é a Pixie toda entusiasmada a comer agriões:

Em vídeo e tudo, para ninguém ter dúvidas; topem-me bem a satisfação com que ela os mastiga:

E não é por falta de coisas verdes onde meter o dente, porque ela tem um vaso cheio de erva macia na varanda, onde vai pastar todos os dias, oh aqui:


6.11.12

Diário do Oeste - 44

Halloween passado em casa, porque isto por aqui está tudo teso e nem me dei ao trabalho de olhar para os cartazes das festas locais (ok, foi mais por falta de ideia, mas também não tinha companhia e acabava por ir dar ao mesmo). Mas fiquei atrofiada, por isso liguei para a tia e disse-lhe que no dia seguinte íamos fazer a festa das bruxas lá na casa dela. Que se resumia a um almoço reforçado, mas pronto.
Levantei-me cheia de fungas para ir fazer as compras (que por aqui está tudo aberto nos feriados, pelo menos de manhã) e chegar lá rapidamente, para ir ajudar a fazer o almoço - ou a espalhar a confusão, é mais por aí. 
Na rua, havia bandos de miudagem de saquinho em punho por todo o lado, mas este ano quase todos traziam pelo menos um adulto a acompanhá-los. O que é uma novidade, porque há quarenta anos que passo as férias no Oeste e sempre vi os miúdos andarem sozinhos. Sinais dos tempos.
A tia tinha passado a manhã muito atarefada a aviar o pão-por-deus aos fregueses todos que lhe apareceram à porta, com um olho no tacho e o outro nos putos, quando eu apareci com o resto da tralha. Pelo menos ainda deitei a mão ao tacho enquanto ela distribuía castanhas e caramelos, mas deixei a sopa cheia de grumos e tivemos de lhe dar uma chocalhadela naquele copo grande que faz vrrrrum para ficar comestível.
Entretanto, como era feriado, lembraram-se todos ao mesmo tempo e apareceram logo dois clientes para o Delta, o gatinho preto e branco que aqui mostrei no último diário. Como um deles tinha telefonado a dizer que já vinha a caminho, o outro apareceu lá primeiro mas ficou sem gato. É no que dão as surpresas.
E a seguir empanturrámo-nos as duas que nem umas brutinhas e ficou a festa feita. 


A tia com os netos emprestados, o Salvador e a Matilde.

O dia estava bonito e ainda andei por lá a tirar mais umas photos, aqui à bela bigodaça da Yara:

E a Yara em sol e sombra:

Florinhas ratadas no quintal da tia:

O Tininho numa cama verde:

Um ramo dissidente ou uma crise de clorofila:

Cravo túnico:


A lantana do portão da tia:

E agora as malaguetas do meu pai. 
Dei-lhe uma série de pezinhos durante o Verão e foi um instante enquanto cresceram e desataram a dar malaguetas. As minhas são muito mais altas e também deram muitos frutos, mas estas, mesmo minorcas e instaladas num vaso pequeno, desataram a produzir com toda a gana:

Mesmo atacadas do piolho e tudo:

As cinco primeiras da produção do progenitor: 
Tive de as apanhar porque já estavam a ficar moles, mas tento sempre deixá-las na planta o máximo que puder, porque é a melhor maneira de se manterem frescas. Depois de apanhadas, estragam-se com alguma rapidez mesmo na gaveta do frigorífico. 
Entretanto pus o meu pai à procura da receita do picante, uma mistura caseira bravia com'ó caraças e que se mantém impecável durante anos seguidos. A receita é estilo segredo de família, transmitida por um parente afastado com grandes recomendações, para não desatarmos a distribuir a fórmula por qualquer marau que aparecesse. Aliás, é tão secreta que nem sabemos onde é que pára o papel... 
O frasco da molhenga original, que tem mais de trinta anos e ainda dura, foi feito com filhotes de jindungos trazidos de África. O meu pai semeou-os no quintal e saíram amarelos e granjolas, mais pequenos do que as malaguetas e maiores do que os jindungos originais. Deve ser uma espécie muito dada a mutações, porque alguns dos pezinhos que eu semeei estão a dar jindungos redondos em vez de pontiagudos, uns berlindes pequeninos e altamente picantes,  mas pelo menos desta vez todas as plantas estão a dar frutos vermelhos. 
Pois essa tal receita, feita com os jindungos mutantes, continua impecável (aparentemente, pelo menos), com o mesmo gosto e textura, e sem nunca ter criado bolor. Uma maravilha. Resta saber onde é que ela está.

A minha tia deu-me esta bela abóbora amarela e não, não desatei a semear abóboras na varanda (por causa do espaço, só por isso); tirei-lhe o retrato e em seguida fiz doce de abóbora com ela.

Era pequenita mas rendeu bastante:

E a seguir resolvi inventar uma tarte. Enchi a covinha da massa com doce de abóbora, rematei com umas fatias de maçã para desenjoar e meti-a no forno. 
Este doce que eu faço, completamente a olhómetro, não se conserva muito tempo porque não lhe carrego muito no açúcar, mas também não fica enjoativo. E pelo menos sabe a abóbora em vez de saber a açúcar, mas tem de ser guardado no frio e nunca posso fazer uma grande quantidade de cada vez. Papado com queijo, é um espectáculo. Com moderação, claro, senão a engorda também deve ser espectacular.
E pois, a tarte ficou tão linda que tive de lhe tirar o retrato, acabadinha de sair do forno, oh aqui:


E comia-se e tudo!

E agora as minhas meninas em duas sequências de photos.


Zoya, Pixie, um lava-louças e uma torneira aberta - os pequenos prazeres dos gatos de apartamento:





 laser eyes...


Claro que a Zoya saiu dali com o pêlo todo salpicado, mas pelos vistos não se estava a importar nada.

No cimo da estante - nada como uma nova perspectiva:










 E um caracol na casa da prima só para rematar:


Directamente do tumbas

Daleks
Daleks are cool
(que é uma coisa que o Doctor nunca diria - mas digo eu)