8.12.12

Diário do Oeste - 45

Ermita ainda a curar uma carrapata do caraças, para cumprir as tradições da estação. Época de gripalhosas e afins, mas pode ser que fique já imune para o Inverno e não volte a ficar de molho.

Três coisas que nunca me imaginei a dizer:

#1 - tenho piolhos nos tomates
E os cabrões estão a dar-me cabo das plantinhas.  Além das minúsculas moscas brancas e dos ovos ou larvas ou lá o que seja isto (as pintinhas castanhas), as folhas estão a ficar com um aspecto empoeirado e as pontas das ramas estão todas a secar. Acho que isto já lá não vai nem com insecticida (que eu fujo de usar, por causa das vespas - mas esta eu explico mais adiante). Quanto a tomates, népia; as flores amarelas caíram e não vejo nem raça deles, mas também é normal porque já não estamos na época dos tomateiros.

#2 - estou com dor de cotovelo 
Três pontinhos com as antenas no ar. O amarelo é do betadine. A sacrista da enfermeira não me deixou ver o médico a dar os pontos, por mais que eu lhe garantisse que não ia ter nenhum chilique. Como eu sou teimosa e não virei o nariz para o lado, como ela insistia, a malvada tapou-me a vista com a ponta do paninho verde que me tinham posto em cima do braço, só com um buraco para ele fazer a costura. Ou seja, a parte gira foi exactamente a que eu não vi. Oh rai's parta.

#3 - e já sei onde é que os duendes esconderam o pote de ouro!
Está no meio do campo de futebol cá da terra. A chatice é que acho que não me deixam lá entrar com uma pá e desatar fazer buracos na relva.

E agora a minha colheita de malaguetas. Acho que já só há uma ou duas na planta, mas para o ano volta a dar mais.
Os mais pequenos são os jindungos e as plantas ainda estão carregadas com outros tantos. Pelos vistos rendem muito mais do que as malaguetas, talvez por não gastarem tanta energia a criar frutos grandes. 

E aqui são os mesmos da fotografia de cima, mas metidos numa tigela. Só porque fica bonito.
Entretanto o meu pai ainda não conseguiu encontrar a famosa receita do picante, mas foi à net e sacou uma muito parecida (ora bolas para o secretismo...). Resta saber se aquilo pica. Por enquanto está a marinar às escuras, com duas abanadelas por dia, e o molho fica pronto ao fim de um mês. Como ele fez o picante só com malaguetas e elas não são lá muito picosas, arrisca-se a ficar apenas com uma espécie de azeite alcoólico e perfumado para temperar no prato. Vamos aguardar para ver o que sairá dali (não estou a dar lá muito pela caçada, é um facto - só provando).

Não sei uma vírgula sobre o ciclo de vida das vespas, mas as pobrezinhas estão a dar o pandeco em massa. Tenho dois ninhos nos estores, um em cada varanda. Curiosamente, a colónia do estore da cozinha parece continuar a dar-se bem, embora aparentemente com poucos membros, mas na varanda da sala, onde havia montes delas, estou sempre a encontrar vespas molengonas, moribundas ou já de pernil esticado, ainda que continuem umas tantas a entrar e a sair da caixa do estore.

Duas meninas já um tanto combalidas:

E é por causa delas que não quero usar o insecticida nos tomateiros, porque eles estão mesmo por baixo da caixa do estore e o gás pode infiltrar-se na colónia. A solução seria mudar o vaso de sítio, pelo menos durante a noite, enquanto ficasse com o produto, mas para isso tinha de o pôr onde as minhas gatas não chegassem, o que é um bocado difícil porque só tenho uma porta à prova de gato, que é a do meu quarto - e eu não vou dormir com o insecticida lá dentro e as minhas meninas a miar à porta, evidentemente. 
Enfim, os piolhos também têm direito à vida e, assim como assim, com este frio os tomateiros já estavam com os dias contados.

Olá, quem és tu? - foi só eu fazer-lhe um bch bch e ela veio logo ter comigo toda curiosa:
E eu aproveitei para lhe tirar o retrato, ora pois. É a gata da Milucha e acho que se chama Branquinha (a Milucha refere-se a ela como "a minha branquinha", mas não sei se é mesmo o nome dela).
É um bichano todo dado, que se pôs logo a rebolar à minha frente mesmo sem me conhecer de lado nenhum:

A Pincelada, a última da ninhada da Puca a arranjar dono, foi finalmente entregue já com quatro meses feitos e ficou a chamar-se Mini:
É sempre mais difícil entregá-los ao fim de tanto tempo porque entretanto habituam-se às rotinas da casa, dormem na cama e já fazem parte da família. Foi assim que a minha tia não resistiu a ficar com o terceiro gato, mas com esta seriam quatro e ia começar a pesar muito no orçamento (até porque além dos oficiais ainda tem os frequentadores do quintal que lá almoçam todos os dias). Mas pronto, a bichinha seguiu viagem e o que interessa é que se divirta com a nova família.

Diversidade, não é o que eles recomendam? Ora cá temos um exemplo no meu prato:
Seguindo o sentido dos ponteiros do relógio, a começar nas nove horas, temos aqui esparguete integral, agriões, rabanetes, tomate, cogumelos salteados com cebola e ovo mexido. Estava bom, mas era comida a mais. E o esparguete era um bocado escusado, confesso. Pelo menos o aspecto ficou bonito.

Duas photos da Areia Branca:
Nesta altura já não tenho companhia para ir aos calhaus e de qualquer maneira, com este tempo, precisaria de umas galochas para andar na areia. O que não deve dar grande jeito. 
Aqui há dias não resisti e fui até à praia ver as vistas, com ideias de ir tomar uma bela bejeca fresquinha no bar da foz. Mas afinal cheguei lá e bati com o nariz na porta, que estava fechado para obras. 
Fica a photo da foz aberta (volta e meia a maré traz areia e fecha a ligação ao mar) e da rocha "lunar" cá do sítio.

As belas laranjas do quintal da tia, todas pintalgadas com um produto qualquer anti-bicho:
A árvore ainda é pequena, com pouco mais de um metro de altura, mas está carregadinha de laranjas.

As ternuras desta tarde - a Riscadinha a lavar a cabeça ao filho:
O Matchi já é um matulão independente, mas dá sempre jeito uma língua extra para as zonas mais difíceis.

A Matilde a fazer festas à Yara:

De vez em quando deixa-lhe o pêlo ao contrário porque ainda não domina lá muito bem a técnica, mas a Yara não se importa.

E para rematar, as minhas meninas a apanhar sol à janela, a aproveitarem enquanto não chove.

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