10.8.08

Diário do Oeste - 22

E pronto, acabaram as obras e já tenho os armários montados - conforme prometido, aqui vai a cozinha do ermita para vocês verem:
E tenho um lava-louças amarelo! Weeee!
Mas há uma coisa que não entendo lá muito bem. Falo da minha panca inédita pelas limpezas. É um tanto estranho, sobretudo para uma baldas como eu, passar agora a vida a limpar a mínima dedada dos armários, com um zelo como nunca tive. Talvez por ser uma coisa nova - mas não tenho tantos pruridos com a casa de banho, que também foi toda reformada, como já aqui mostrei no último Diário. Ou talvez por ter custado bastante mais do que eu estava à espera, porque afinal o sacrista do carpinteiro tinha-me dado um orçamento sem IVA e em seguida ainda meteu mais uma série de extras com que eu não contava. Ou então, mais provavelmente, é por eu ter finalmente uma cozinha ao meu gosto, uma cozinha como nunca tive, porque até agora sempre vivi com remedeios, a aproveitar os móveis de umas casas para as outras, sempre na base do desenrasca, do provisório e do dá pra safar. De raiz, do zero, acho que nunca tive coisa nenhuma. E agora é ver-me de pano na mão todos os dias, cheia de zelos, a limpar todos os pingos de água de cima da bancada, para o calcário não deixar manchas na minha bela cozinha nova.
Mas isto passa. Ou não. Logo se vê.

E além das obras e da semana atrapalhada, cheia de trabalho, a única novidade foi a comadre ter aparecido com o afilhado para passarem umas mini-férias comigo, aqui na Terra dos Loureiros.
Já o apresentei aqui, mas ainda ninguém o tinha visto com os óculos. Nem eu. Pelo menos ao vivo. Mas ficou muito giro:

Aqui a versão do Harry Potter em miniatura é o meu afilhado com um casaco de malha da madrinha, no dia em que eles cá chegaram.

Pois vinha a comadre cheia de fungas para ir passar estes dias na praia, a torrar ao sol que nem uma iguana dos Galápagos, e chegou aqui e deu com o belo microclima cá do sítio, farrusco, ventoso e instável - o costume. Mas sempre é mais saudável (e agradável) do que o calor poluído de Lisboa nesta altura do ano. E depois, mesmo que agora não apanhem grandes dias de sol, eles já tinham andado a banhos este ano, como nesta photo tirada pelo compadre que descarreguei há bocado da maquineta dela:
A comadre na piscina com o Gabriel, antes deles terem vindo para cá tomar banho de areia, que na praia tem estado um ventinho do caraças.

E quanto ao pobre do compadre, ficou em Lisboa a trabalhar e a tratar dos miaus,
a Quicas e o Yuki, estas duas fofuras aqui.

Mas ainda vai dando para molhar o rabiosque aqui na Areia Branca, evidentemente, como fez o Gabriel dentro da sua barroca:
E vocês não se assarapantem, que nem o gaiato está desta cor, nem a areia daqui é amarelo torrado; isto é simplesmente uma photo da comadre com photoshop meu - está demasiado saturada para se distinguir bem a água a esparrinhar.

Hoje fomos almoçar na praia de Santa Rita, nós os três mais a tia, como podem comprovar aqui na photo que o Gabriel nos tirou no parque de estacionamento:
O ermita, a tia e a comadre; três bruxas em três estilos. Uma pandilha do caraças. Ehehehe.

E o meu lindinho não é tão fotogénico? Oh pra ele:



A seguir parámos na praia de Porto Novo, logo ali ao lado, e fomos fotografar os patos reais na foz do rio Alcabrichel.
Em 2003 e 2004 houve aí uns cabrões, daqueles que estavam melhor sem cabeça, que fizeram descargas de produtos tóxicos para o rio e deram cabo dos patos todos aqui da zona. Não sei como está agora a situação dos patos reais de Porto Novo, mas pelo menos encontrámos um bom grupinho deles a tomar banho de sol nas margens e a posar para os turistas.

Uma photo da comadre, com um patinho a catar-se,
que o zoom da minha máquina não é suficiente para apanhar patinhos lá tão longe.

E entretanto apareceram dois putos chatos que resolveram ir à areia ter com eles, o que só resultou numa debandada geral de pato ao banho.
fujam, que vêm lá os bárbaros

E fugiram todos rio acima. Fim da sessão fotográfica. Ah putos dum sacana.

Voltámos então a casa da tia, onde ela aproveitou para atacar os cigarros da comadre, como vocês podem comprovar aqui, no momento em que a apanhei com a boca na botija:
Para quem não se lembra ou nunca passou pelo meu blog, basta dar uma espreitadela às entradas antigas para a verem no hospital aqui há um mês, depois de operada aos gasganetes, com tubos no pescoço e no nariz e na mão e sei lá mais aonde. Nessa altura, cada vez que alguém lhe dizia que ela nunca mais podia tocar no tabaco, a tia confirmava que não, nunca jamais, que tinha feito uma jura sagrada (seja lá o que isso for...) e que nunca mais ia tocar em tal coisa. E agora, depois de já me ter cravado duas passas esporádicas (à terceira ofereci-lhe porrada) e de hoje ter chuchado um cigarro inteiro, continua a dizer que não, que "é só para ver a que sabe", argumento de viciado na ressaca antes de começar a amarinhar pelas paredes, como toda a gente sabe. Pois a acreditar na tal jura, acho que teria sido a altura certa para os anjinhos lhe mandarem um raio à cabeça. Mas pelos vistos esses tais devem ter mais que fazer.

Enfim, passando para o quintal da tia, onde o ar é bem mais respirável (quando o vizinho não anda a espalhar estrume, claro), temos aqui duas florinhas de erva da fortuna roxa:
Existem várias qualidades de erva da fortuna e creio que esta é a única que dá flor. Mas eu também não devo conhecer as variedades todas. Quando muito umas cinco...

E aqui são flores de uma trepadeira ainda a ganhar força num vaso antes de poder passar para a terra do canteiro:
Mas já está toda arrebitadinha:

E uma grilinha que encontrei no quintal, na noite do domingo passado:
Abram a photo, que vale a pena ver bem o bicho. Topa-se que é uma grila porque os grilos machos têm dois rabinhos e as fêmeas têm três. Não cantam mas são uns bichinhos simpáticos na mesma, que nem se importam de posar na mão dos maraus que as querem fotografar. Belas antenas, hem?

Termino com mais uma photo de texturas, desta vez com calhaus. Bué da calhaus, aliás.

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