2.8.08

Diário do Oeste - 21

O ermita em obras.
Porque bem precisava, convenhamos. Se não, reparem lá bem nos azulejos horrendos que me tinham calhado na rifa:
Coisas destas sempre me causaram uma certa perplexidade porque isto nunca é obra de um fulano só, de um sacrista qualquer com um gosto altamente duvidoso, não, se pensarem um bocadinho vão ver que são precisos vários para se chegar a um resultado destes: primeiro o que fez o desenho, depois o fabricante que concordou em o imprimir nos azulejos, a seguir o gajo da loja de materiais de construção, que achou que ia ter clientes para isto, e por fim o construtor do prédio, que me pôs esta bela coisa na parede. Ao pior estilo anos 70, em azul escuro sobre um fundo pardacento, de desenho enorme, carregado e assustador. Pelo menos para mim, que assim que arranjei umas massas logo tratei de os tapar. E agora é um alívio para a vista:
Tudo branco - ahhhh...
Uma cruzeta nas juntas.
Terminada a casa de banho, passámos à cozinha. Não tenho photos de como estava antes, não por pudor de mostrar os azulejos foleirotes, com florecas cor de rosa num fundo bege, nem os armários de fórmica com as portas a cair e o tampo a descascar, mas porque já estava tão entupida em pó de azulejo, uma espécie de farinha branca que se mete por todo o lado, que não fui lá fotografar aquilo para a despedida. Mas vocês também não perdem nada, acreditem. Por isso, mostro aqui as obras ainda a meio, mas já bastante adiantadas:
E aqui já só faltando alguns retoques, que ficaram para 2ª-feira:
E viram o meu lindo candeeiro novo? Mesmo ainda meio deslampadado e tudo?
Comecei por me assustar com o "amarelo mostarda" quando o vi na parede - no catálogo era só um quadradinho de 2x2 cm e não dava para ver o efeito, né? Como a photo é nocturna, parece altamente cor de laranja, mas não, é um amarelo torrado, muito torrado, e um tanto alaranjado, é um facto, mas com o sol da manhã fica exactamente da cor que eu queria, garanto. O pior é no resto do dia... Mas não 'tá mau. Ou então fui eu que já me habituei. Estava fartinha dos pastéis. Tinha a casa toda pastel. Nháá...
Prefiro um efeito mais dramático, com cores fortes e grandes contrastes, acreditem, ainda que houvesse por aí muito boa gente que ouviu falar em remodelações e decorações e pensasse logo que eu ia pintar a casa de preto, pendurar morceguinhos no candeeiro e pôr caveiras na mesa de cabeceira, com uns olhinhos vermelhos a brilhar, estilo família Adams. Não, lindos, não é que eu não ache piada a isso, pois, mas isto é a minha casa, não é uma sucursal do castelo fantasma da feira popular.
E agora, se o homem dos móveis cumprir o que prometeu, daqui a uns dias tenho os balcões novos. E depois eu mostro como ficou.
Por falar em fantasmas, podem crer que uma feira deserta, mesmo ao sol da uma da tarde, é um sítio um tanto sinistro. Como eu pude comprovar no domingo passado, na festa de Santiago. Acreditando no cartaz, fui até lá com a tia, à procura das tais tasquinhas do programa, como vocês podem ler aqui em baixo:
Para quem tem bom olho ou não se deu ao trabalho de abrir a imagem, diz ali, no domingo 27:
12.30 - Tasquinhas e Exposições da Freguesia.
Quanto às tais das exposições, havia um pavilhão cheio de bancas de artesanato, mas que afinal só abria às quatro e meia. E cá fora, o cenário era este:

Estão a ver o que eu quero dizer com a feira fantasmagórica? Não dá para sentir o desamparo, mas dá para ver que não há aqui ninguém. Em plena hora de almoço, onde deveria haver gente a almoçar e cheiro a sardinhas assadas, não havia nem vivalma. Passado um bocado lá começaram a aparecer os donos das tasquinhas, mas clientes nem vê-los. Uma pasmaceira medonha.
Posta de parte a ideia do almoço, passámos então as vistas pelas tendas das instituições cá do sítio: o rancho, o clube de futebol, os bombeiros e os escuteiros. Tudo às moscas.
O pavilhão do rancho, com a bandeira ao fundo - quanto a mim um falhanço de design, porque eu olho para aqui e vejo uma cena de porrada, com um gajo lançado, em vias de enfiar uma murraça numa rapariga cheia de medo, toda encolhida, com as mãos à frente da cara para proteger o nariz. Chiça...!
Aqui no quadrinho naïf, pelo menos os bonecos são bem mais patuscos:
Passando à tenda do Campelense, encontrámos estas taças todas e mais uma série de fotografias na parede, com as várias fases da equipa de futebol cá da terra.
Pelas camisolas à esquerda, podíamos pensar que isto era o pavilhão do Barcelona, mas não, era mesmo do Campelense. As camisolas do Barcelona têm as riscas mais largas... ...como podem ver pela photo deste moço aos pulos que eu encontrei na net.
E por falar em futebois, além de lhes mostrar este pormenor da mesa dos matrecos que estava à porta (fechada) do pavilhão do artesanato,
aproveito para perguntar se já viram um programa da RTP chamado "A liga dos últimos". Se não viram ainda, podem vê-lo aqui; ou então esperem pela próxima noite de sexta-feira.
Eu ainda só vi um programa e meio, mas enquanto estava a ouvir as entrevistas, de queixos completamente caídos, só conseguia pensar que toda aquela malta vota.
Acho que foi o Churchill que disse que o melhor argumento contra a democracia é cinco minutos de conversa com um eleitor médio.

Mas passemos a coisas menos deprimentes, como a coisa linda da dona: A coisa linda a descansar em cima de uma caixa do Ikea com uma vitrina lá dentro, ou coisa que o valha, que já não cabia debaixo da cama.
E a coisa linda já a fazer a sesta. Haverá sítios mais confortáveis, mas pronto, este era novidade, portanto...


Nesta aqui temos uma árvore de fogo, ou pelo menos assim lhe chama o meu progenitor, embora este exemplar aqui na praça da Câmara da Terra dos Loureiros dê fogo em cor-de-rosa.
Cá por mim eu chamava-lhe a árvore que dá vespas, já que todos os cachos de flores estavam cheiinhos delas, a empanturrarem-se de néctar dentro dos buraquinhos.
E esta é uma florinha roxa de feitio bastante esquisito que se dá por baixo da árvore das vespas:
Uma beleza retorcida cheia de pincelinhos.


Aqui temos flores de oleandro:
Esta não sei o que é, mas também se dá ao pé das árvores das vespas:
E aqui a coisa amarela com um belo estame cheio de pirolitos é o hibisco do progenitor:
Para a colecção das texturas: a pontinha de uma pena de pombo.
E para a colecção das aselhices: uma peúga desaparecida em combate contra o aspirador já há uns dois anos, em estado perfeitamente imundo, como seria de esperar. Se calhar eu devia limpar o saco do aspirador com mais frequência, pois, mas o coisinho vermelho não acusava que aquilo estava cheio, portanto...

Eu bem que estava a estranhar o raças do aspirador aquecer tanto... Haviam de ver a quantidade de cotão que saiu lá de dentro. Coisinho malvado que não me avisou.

Sem comentários: