17.4.08

Diário do Oeste - 14

Dia maluco, todo às caretas, onde até tivemos direito a uma chuva de pedra, como se pode apreciar aqui nesta photo que tirei esta manhã da janela do ermitério, seguida por um sol radioso e muitas mais chuvadas. Pelo menos é variado. E divertido.
E agora apresento-lhes o meu sótão. Acreditem ou não, estas photos aqui foram tiradas depois de lá ter estado a arrumar aquilo com mais três maraus (tia, pai e madrasta) no sábado passado:

Ok, as caixas ao monte aqui ao meio estão vazias; voltámos a metê-las lá dentro porque ainda falta muita coisa para arrumar (nota-se, não...?!) e podem vir a ser precisas. Além disso, ainda só demos a volta a cerca de um terço da tralha. Por isso, em princípio este sábado vai haver uma nova sessão de arrumações. E espero que o resultado seja mais visível...

É um bocado incrível a quantidade de tralha que a malta vai juntando. O meu sótão tem coisas de várias casas passadas, minhas e de outros, carradas de ferrungalhos inúteis que só servem para ocupar espaço e cultivar ácaros, porcarias de que nunca me vou servir nem que vivesse três vidas. E 'tou desejosa de mandar metade pró lixo, para o pé das grandes carradas que já de lá tirei, e de ver o sótão arejado e desimpedido ...pra depois lá meter parte da mobília e das tralhas que cá estão em baixo e de que também não me vou servir, evidentemente.


E durante as arrumações encontrei isto a sair de dentro da algibeira de umas calças velhas. Lembram-se dela?


Óptimo achado; na altura da passagem para o euro não pude guardar nenhuma porque a massa era demasiado curta para fazer colecções, embora com alguma pena. Limitei-me a tirar fotocópias a cores às notas, em frente e verso, e a guardar as folhinhas para um dia mostrar aos netos como eram os escudos. Agora pelo menos tenho um exemplar autêntico para juntar às cópias. Sempre dará para os netos poderem cheirar uma nota destas ao vivo.


E agora as notícias da praxe sobre a família peluda. Ora aqui temos a Pontinhas com o filhote clarinho (a coisa preta é o rabo da outra cria):


A família estava instalada num cesto próprio para miaus, no alpendre da minha tia. A Pontinhas é uma cliente que costumava vir aos restos mas que não dava cúnfia. Desde que se instalou no cesto, passou pelo menos a deixar fazer festas (só quando está no cesto; cá fora continua a bufar e a fugir do pessoal).
A Pontinhas tem dois manos, também clientes da tia; o Gafas
assim chamado por causa da mascarilha à volta dos olhos, e a Riscadinha:
Ora a Riscadinha resolveu vir parir a sua barrigada também no quintal da tia, que aproveitou logo para fazer um controlo de natalidade, embora depois tenha ficado o resto do dia a bater mal, evidentemente. E só ficou este aqui:


Um macho às riscas que nasceu no dia 13 e que ainda não abriu os olhos. Mãe e filho começaram por ficar instalados num caixote com uma almofada, mas passado o abalo do parto da Riscadinha, ela pegou na cria e mudou-se para o cesto da irmã. E aqui a podem ver, com os sobrinhos e o filhote a dormirem enroscados na sua barriga, enquanto a Pontinhas foi adubar o quintal:


E agora dormem os cinco aqui dentro e os filhotes mamam na teta mais ao jeito - a da mãe ou a da tia. Eu já tinha visto em documentários que as gatas do mesmo clã criavam os filhos em grupo, mas ao vivo é a primeira vez. Talvez porque nunca calhei a ter gatas com crias em simultâneo, na altura em que eu tinha um quintal e muitos fregueses a irem lá comer (e procriar).


Hummm, que bem que se dorme em cima da cabeça do meu primo...
Entretanto os putos mais crescidos estão a começar a descobrir o mundo. Aqui a preta e branca é a mais afoita:


Embora ainda um bocado tragalhadanças, já deu a volta ao alpendre todo e anda sempre em explorações.


Ups! Qu'é isto?
O macho clarinho é mais tímido e assustadiço, mas também dá as suas voltinhas. Aqui o têm atraçalhado a uma luva com pele de coelho no punho, um achado arqueológico do meu sótão, ainda da era pré-chinês, já todo ratado das traças:


Morre luva!

...ou então não.
E agora, como não podia deixar de ser, o segundo tema alvo mais focado pela minha objectiva: belos exemplares vegetais, pois claro.
Um lírio amarelo nascido no terreno das couves, ao pé do branco que já aqui mostrei:

E cá vai outro, este de perfil. Visto assim tão de perto tem qualquer coisa de alienígena.

Nesta aqui temos uma cravina vista em grande, fotografada no Café das Bombas (e não tem nada a ver com bombas-pum; são as bombas de gasolina lá dos Casais onde a tia mora).


Esta não sei como se chama; encontrei-a à porta do consultório do otorrino da tia, uma besta com um canudo que ainda não percebeu que o Dr. House tem muita piada porque é na televisão, mas ao vivo já há muito tempo que teria levado com uma cadeira nos cornos. O que vale é que a paciente não sou eu (é que de paciente eu sempre tive muito pouco...)


E agora uma coisa feiosa para contrabalançar: isto aqui é o meu braço, dois dias depois de um encontro imediato com a porta do armário dos alguidares:

De facto, eu sempre fui uma desastrada do caraças. Passo a vida a ir de encontro à ombreira das portas, por exemplo; volta e meia não tiro bem as medidas ao buraco e esbarro na parede. Esquinas de móveis então, é uma desgraça. Suponho que seja genético; o meu pai e o meu irmão são na mesma. E à conta da aselhice, ando sempre cheia de nódoas negras. A malta do ginásio nunca fez perguntas sobre elas, nem mesmo agora com uma deste tamanho; presumo que devem pensar que eu tenho um sacana qualquer que me avia uns muquecos de vez em quando. E se assim for, também não ia adiantar muito eu explicar que sou uma aselha e que passo a vida à trombada aos móveis - é a desculpa que elas dão todas...

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