1.7.12

Diário do Oeste - 39

O ermita a fazer de baby sitter, situação um tanto estranha para qualquer ermita que se preze, mas sempre é uma variante aqui no ermitério. A criatura ficou entregue aos meus cuidados mas não temam, que ela é bastante mais resistente do que parece.
Não é de manutenção difícil; basicamente é só dar-lhe uma boa barrela de manhã e depois não me esquecer de lhe dar de comer umas quatro vezes ao dia. O mais difícil é manter a criatura entretida nos intervalos, mas foi para isso que se inventaram os jogos no computas, o canal dos bonecos, a playstation e as cartas dos pokémons. Mesmo assim não chega, que estas criaturinhas são assim minorcas mas têm mais energia que as pilhas duracel. É nessas alturas que temos de ir dar uma volta, que sempre ajuda a cansar o bicho e a deixá-lo a dormir que nem um anjinho.


O Gabriel na azenha de Santa Cruz.
A azenha continua inteira.

Uma latada florida em Santa Cruz:

Um contraluz indecente na praia de Porto Novo: 
"Como é que conseguiram pôr ali uma pedra tão grande?"
Ah, estas cabecinhas...

E pois, a criatura até conseguiu convencer o ermita a ir à praia - meio vestido e todo besuntado de protector, claro, mas também não me estão a ver de papo para o ar a apanhar sol, n'é? Claro que cheguei lá e desatei logo à cata de fósseis, conchinhas e calhaus giros:
O ermita na praia da Peralta a amarinhar pela barreira acima, quase a mostrar as cuecas ao pessoal.

É claro que o puto desatou logo a deitar a mão a tudo o que era pedregulho. 
O Gabriel  na Areia Branca com uma granda pedra - literalmente.

Entretanto encontrei uma data de bichinhos de conta a escorregar pela areia abaixo, alguns em risco de ir ao banho, e levei-os para a barreira, para onde havia ervas.

Um bichinho de conta de barriga para o ar, a espernear na minha mão:
 O Gabriel fartou-se de fazer caretas, mas acabou por lhes achar alguma piada (depois de eu lhe garantir que aquilo não mordia).
"Mas tu agarras em tudo! Um dia ainda agarras num cocó de cão!"
Expliquei-lhe que não tenho nenhum interesse particular em cocós de cão, mas que o meu pai tem vários cocós de dinossauro lá em casa (coprólitos).
"A sério?! Ele tem cocólitos?!"
Ok, etimologicamente vai dar ao mesmo.


Além de conchas fossilizadas, a barreira está cheia de formações interessantes com umas belas texturas:
 rocha às fatias


 rocha às bolinhas


 rocha rachada


 rocha às tirinhas



e isto assim na photo até ficou bonito, mas ao vivo era um regueiro malcheiroso


umas carantonhas esculpidas nas rochas do Porto das Barcas, ao pé do estacionamento



e uma data de pedregulhos desarrumados na mesma praia.


Outra voltinha até à costa, esta pela foz da Areia Branca:


As dunas que se vêem lá ao fundo na outra photo:


as flores da areia:






Rabos de raposa (acho eu que isto se chama) ao pé da ponte:


Comecei a fazer um castelo na areia molhada, mas o Gabriel antes quis um tubarão. Transformei o monte do castelo numa espécie de focinho de tubarão e ele pediu que fizesse duas cabeças, como o do monstro do filme do Syfy que passou aqui há dias. Em seguida, quando viu a fotografia, pediu-me que pintasse a areia de vermelho com o photoshop, que era o sangue das pessoas que o tubarão estava a comer. Típica poesia infantil.


Um dia destes fomos almoçar à churrascaria da Miluxa e aproveitei para fotografar as flores da vizinha. 











O Gabriel achou que isto parecia uma data de bananas descascadas:

A Pixie a beber água à torneira. Tem uma técnica um tanto desajeitada e chega a molhar-se toda, mas aparentemente diverte-se.


Pixie no banho

E a coisa linda do quintal da tia que continua a não deixar pôr a mão:
E como tenho passado o tempo todo a correr atrás do puto, não tenho nada para contar.

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