Começo com uma textura das tais que aprecio particularmente. Pedrinhas molhadas, desta vez.
A fronteira entre dois tamanhos de seixos, na foz da praia da Areia Branca.
E esta beleza é a porta da casa de banho dos moços do restaurante Foz. Pelos vistos o pessoal nem sempre percebia o boneco e tiveram de lhe pintar a inicial.
Quanto à porta das meninas, não sei se a placa teria inicial porque já só lá está o sítio.
E aqui é a chuva a cair de um algeroz a precisar de reparações. O resultado saiu mais interessante do que eu esperava - opinião minha, claro.
Mais um exemplo de toponímia curiosa lá nos Casais onde mora a tia.
Da outra vez publiquei aqui a placa da Rua Joaquim Careca, que eu não sabia quem era, mas que entretanto já identifiquei: era o meu primo, um velhote sorridente com uns olhos super azuis que morava naquela rua, e que sempre conheci como o Jaquim Marquês. E se era careca ou não, ninguém sabe ao certo porque o primo andava sempre com um barrete enfiado na cabeça. Quanto ao desgraçado que deu o nome a este largo, era magrinho que nem um pau de fósforo. "Gordo" era a alcunha de família. Mas eles por aqui não perdoam. Se for filho do Gordo, passa a ser Gordo também. Mesmo que a descrição não corresponda.
A alcunha do meu ramo da família é Pitéu. Ao que consta, vem isto do facto de o meu bisavô ter o hábito de gabar muito os pitéus da minha bisavó. Mas entretanto o Pitéu só teve filhas. Quatro filhas, mais exactamente. E à boa tradição aqui do Oeste, elas passaram automaticamente a ser as Pitéuas (!!!) Exacto, leram bem - pitéuas. A gramática não é para aqui chamada. A minha tia avó Maria Lucinda, que viveu mais tempo ali na terra, era a Ti Mari Pitéua. E a minha avó era conhecida como a Matildes Pitéua, embora só pelas costas, porque ela ficava furiosa sempre que alguém a tratava pela alcunha. Lembro-me de uma vez passarem uns putos pelo portão dela e de um deles gritar "eh Ti Pitéua!"
"Um granda pitéu tem a tua mãezinha entre as pernas!" - berrou ela lá de dentro. Suponho que era para ouvirem pérolas destas que os putos se metiam com ela.
E aqui temos o Shy, que está cada vez menos shy e a ficar mais afoito - agora até já se bate à fotografia em vez de fugir para baixo dos arbustos assim que eu me aproximo. Ainda bem.
E a Yara em pleno "miau". Quando tiramos fotografias a alguém a falar, o resultado é semelhante. Mas bastante menos divertido, é um facto.
Quem disse que as galinhas não voam? Ok, não serão meninas para grandes voos, mas conseguem dar uns pulos esvoaçados suficientemente grandes para chegarem aos telhados e ciscarem o musgo. Ora vejam lá estes dois: As photos estão um bocado ranhosas porque o meu zoom não dá para mais, mas como podem ver temos aqui uma galinha branca e um galo às cores a passearem em cima das telhas.
E para não dizerem que o meu blog é só gatos, aqui vão dois dos canitos do Ricardo:
A Estrela, uma cadela toda simpática que se pôs logo de cu no ar assim que me viu a apontar-lhe a máquina, a pensar que era uma brincadeira nova qualquer;
e aqui é o... Sporting? Ou será Leão? Eles são cinco e não me lembro qual é este, mas será uma coisa dessas. Enfim, é um cão ao sol a bater-se à photo.
A minha Zarosky no último ataque de miaoooows, a rebolar-se praticamente em cima do meu teclado:
A minha madrasta ligou-me um destes dias a dizer que tinha visto uns casaquinhos de cão na loja do chinês, a ver se eu estava interessada numa coisa dessas para a Zarosky. Com o briol que tem feito por aqui, eu achei que valeria a pena experimentar, já que ela gosta de estar tapada e muitas vezes vai enfiar-se debaixo dos cobertores para fugir ao frio. Calculava no entanto que a tal capinha iria durar umas horas de almoço até ficar feita em fanicos - tentar vestir um gato acaba normalmente em várias arranhadelas e num fatinho às tiras, por aquilo que me lembro de aqui há uns anos, quando o veterinário receitou uma pomada para uma gata com o leite encaroçado e disse que lhe puséssemos uma espécie de colete para ela não se lamber. A minha mãe demorou mais tempo a fazer o colete do que a gata a esfarrapá-lo. Lembro-me de que o colete era azul turquesa e que a Tati parecia um chouriço com aquilo vestido. Uma visão de poucos minutos...
Desta vez a capinha era em rosa saloio. Curiosamente, apesar do mau feitio da Zarosky, não levei dentadas nem arranhadelas nem nada. Deixou-se vestir e fotografar e nem se mexeu. Deve ter sido por ainda estar com a ressaca do cio - nos dias que se seguem ela costuma ficar um tanto alquebrada.
Acho que ficou tão assarapantada que nem se atreveu a mexer-se com aquela coisa vestida. Ainda tentou desenfiar uma pata de dentro da cava, mas a capa estava muito justa e não lhe dava espaço de manobra. Já que não se conseguia livrar daquilo, deixou-se ficar quieta enquanto eu a fotografava, embora com um ar altamente chateado:
Tirei as photos só para ficarem para a posteridade, despi-lhe a fatiota e disse à minha madrasta que a trocasse por qualquer coisa que lhe interessasse - aliás, a condição foi essa logo à partida, combinada com o chinês antes de ela me trazer isto. E entretanto continuo a tapar o gato com um edredon enquanto ele faz as suas sestas pelos sofás, se não for ele mesmo a enfiar-se por baixo dos cobertores.
E agora um escaravelhinho lindo que encontrei ao pé do Intermarché da Terra dos Loureiros, castanho e polido como uma barata:
E uma folha um bocadinho rota da planta super farfalhuda que a minha tia tem no quintal, vista em contra-luz para mostrar os veios:
Quanto ao meu Natal, desta vez não tive pantufas, nada disso, que estas aqui fui eu que as comprei em Torres, a antecipar-me ao Pai Natal antes que o gajo me trouxesse outra vez umas coisas enormes em pano de colchão, como aquelas lindezas do ano passado (é só ir ver lá atrás, que eu pus a photo aqui no blog).
Mesmo assim, isto não me aquece os presuntos. Mas isso não há nada que aqueça se não tiver uma fonte de calor qualquer. Eu costumo ter os pés tão frios (e as mãos e o nariz), que ponho a borracha de água quente na cama e tenho a sensação de que ela não me aquece; eu é que a arrefeço.
Mas pronto, voltando às prendas, desta vez fiquei feliz da vida porque o Pai Natal me trouxe uma data de coisas que eu gosto - o gajo às vezes acerta - ou seja, um monte de livros e de chocolates. Yupi:
E mais uma caneca às florinhas, uns brincos de prata e a edição especial do dvd do Sweeney Todd. Os brincos e o dvd é que era de facto aquilo que eu tinha pedido - e é sempre melhor fazer pedidos ao Pai Natal do que ficar à espera que o gajo acerte, por muito que o pessoal ache que assim se perde a graça. Para mim não perde nada, que eu gosto pouco de surpresas. Mas gramei os livros. É o resto que me faltava da colecção que andava a sair todas as semanas e que eu pensava que já não conseguia arranjar. O barbudo teve olho, não há dúvida.
E aqui é a minha árvore de Natal deste ano, com bolinhas castanhas e laçarotes dourados. Não me lembro se no ano passado já estava assim ou se tinha as bolas azuis, mas estas ficam melhor com a decoração.
Quando tiver acabado de arranjar a sala, logo lhes mostro como ficou. Por enquanto ainda me falta o sofá e a mesa, mas como podem ver tem uma parede cor de laranja, a condizer com as cortinas, e os móveis são muito escuros.
Mas voltemos ao Natal. Passei-o em casa da minha tia, mais os compadres dela, o afilhado, a mulher e o filho, tal como é costume o pessoal passar aqui na terra (e provavelmente no resto do país) - a enfardar até lhe chegar com o dedo.
Como era de bom tom eu contribuir para o jantar, resolvi encomendar uma lampreia de ovos, que é talvez a única coisa que eu ataco nos casórios. E como me constou que a comadre da minha tia faz o mesmo, achei que a gente as duas bem que dava cabo da bicha. Venderam-me uma coisinha minúscula (900 gramas, disseram eles lá na pastelaria) e afinal praticamente só eu é que a ataquei, que a outra estava já tão atafulhada em comida que nem para a lampreia lhe sobrava barriga. Mas vejam-me só a cara da lampreia: Com a língua de fora, a fazer caretas à gente. Hihihi.
E isto aqui sou eu no dia de Natal, uma desculpa para mostrar os meus brincos novos e a minha linda camisola aos folhinhos:
E pois, é uma chatice, mas um gajo começa a envelhecer e já só consegue ficar razoável a fazer poses parvas, com a cabeça levantada para parecer tudo mais lisinho.
Na tarde de dia 25, depois de mais uma sessão de comezaina, fomos passear até ao Bombarral, mais exactamente àquele parque de estátuas do Berardo, que ainda nenhum de nós tinha visto, provavelmente porque fica mesmo aqui ao lado. O compadre da tia era o único que já lá tinha estado e fez questão de me servir de cicerone enquanto eu ia fotografando aquilo tudo (182 photos, mais exactamente - sou mesmo bruta, eu).
Esta aqui faz parte do complexo do palacete, pelos vistos uma quinta daquelas que organizam casórios, mas não sei se haverá muitas noivas a quererem tirar o retrato ao pé deste sacrista, cheio de gajas meias descascadas à volta dele a apaparicá-lo. Provavelmente nem sequer faz parte do espólio do Berardo, até porque não tem nada a ver com as outras, um conjunto enorme entre o chinês e o indiano. As tais estátuas da colecção estão a seguir a este portal enorme:
E logo depois vem esta avenida cheia de carecas:
Para o meu sentido estético, os budas e afins são todos um tanto atarracados, com a perna curta e um ar grosseiro. O que impressiona mesmo é a quantidade de estátuas e a gente imaginar a trabalheira e a despezona que foram precisas só para acartar com aquilo tudo até ali.
E agora, como não fiz os trabalhos de casa e não fui pesquisar a net para saber quem são estes todos, também não posso pôr legendas. Esta (ou este?) aqui em cima faz-me lembrar uma deusa da felicidade porque tenho uma estatueta de louça muito parecida - e foi assim que a chinesinha que ma vendeu a identificou (e data isto dos anos oitenta, da época pré-chinês massificado, quando só se arranjava coisas exóticas em lojas da especialidade). Mas pode não ser nada disso, portanto é melhor não arriscar. É talvez a estátua maior de todas e está no cimo de uma encosta.
Este moço cheio de braços parece ter umas asas mas afinal não é nada disso, ora reparem bem:Pois é isso: são mais braços. As asas são leques de mãos. E na parte de trás tem outro moço igual a este.
Um buda dourado na encosta onde está aquela matulona que aparece na primeira fotografia.
E aqui temos um Buda refastelado a apanhar sol a meio da encosta.
Uma das estátuas de que mais gostei (apesar de também ter a perna curta), que estava logo à entrada do parque. Uma pena ter algumas mãos partidas.
Estas colunas estão a rematar um grande campo de soldados de terracota. Têm uns dragõezinhos giros no cimo e o fuste está todo gravado com sauvásticas - a suástica é ao contrário, tem as "perninhas" para o outro lado, nada de confusões.
E cá estão eles, os tais guerreiros de terracota, uns mais pintados do que outros, com cavalinhos e tudo.
Pela posição das mãos, presumo que eles deviam estar a pegar em lanças, espadas ou rédeas.
Os tais cavalinhos, um bocado baixotes para os cavaleiros, mas pronto, também não é preciso ser picuínhas, né?
Um grande plano de um dos pintalgadinhos e um grupo deles instalado no cimo de uma encosta.
E mais uma photo das tais que eu classifico nas texturas, desta vez com uma data de estátuas pequenas em frente ao campo dos soldados.
E acho que já chega por hoje.
Sem comentários:
Enviar um comentário