Segunda feira passada em Santarém com a tia e a Manela para irmos entregar uma gatinha de dois meses à nova dona. A bichinha era uma das crias da Puga, que já aqui apareceu, e portou-se lindamente na viagem. E eu consegui dar com aquilo e tudo, sem GPS nem nada, porque a Junta Autónoma dos Buracos fez o seu trabalho por aqui e pôs as devidas placas por todo o lado. Lindos meninos.
Mas vamos então à aventura da gatinha preta, que se ficou a chamar Léah:
Esta coisinha fofa aqui, a quem nunca consegui tirar nenhuma fotografia assinalável, talvez por nunca acertar bem com a luz. Captar uma boa iluminação sobre um bicho preto é mais difícil do que parece. Mas a Nazaré, a dona da bichinha, entretanto tirou-lhe umas belas photos todas coloridas e mandou-mas por e-mail:
Não 'tá linda? Mas ainda não viram nada; pelos vistos, além de outros dois gatos, a família tem também uma cadela de raça minorca e isto aqui é o vídeo fantástico que a Nazaré fez, editado e tudo, daqueles em que se vocês não passarem o minuto e meio a fazer "awww..." é porque estão a precisar de terapia:
Pois é como vêem, a Nina adoptou logo a Léah. Topem-me só a expressão de felicidade da podenga, de olhinhos fechados, com todo o ar de quem está a gostar à brava da massagem na barriga:
As photos aqui em cima são todas da Nazaré, evidentemente.
Já agora aproveito para pôr aqui algumas dos outros manos da Léah - isto hoje é photos em barda, aviso já:
A Puga com os seus sete galfarros, quando eles tinham cerca de um mês. Quase não se conseguem distinguir uns dos outros porque, à excepção de dois riscadinhos, todos têm o dorso preto.
A mãe com os filhotes. Esta gata tem sempre uma expressão linda, talvez por ter os olhos muito bicudinhos e inclinados - a própria definição de um olhar felino, ora pois.
Entretanto os dois riscadinhos e uma das gatinhas pretas foram adoptados logo ao mês e meio e ficaram três pretos e brancos mais a Léah (a primeira da esquerda):
Este aqui é o Delta - tudo nomes provisórios, só para os distinguirmos, baseados no feitio da manchinha branca na testa de cada um.
A Pincelada:
O Ouros e o Delta:
E o Delta e o Ouros:
A Pincelada a mostrar que tem uma camisola branca por baixo do casaco:
E outra vez o Ouros, já adoptado há uns quinze dias; não sei que nome tem agora.
Entretanto os donos da Puga voltaram do Canadá e levaram-na para casa outra vez, quando os miúdos atingiram tamanho e autonomia suficientes para arranjarem novas famílias com duas pernas. Uma fofura que vai deixar saudades:
Ok, chega de gatos por agora (mas lá para a frente há mais, ah pois, não pensem que já se safaram...) e vamos então à voltinha turística por Santarém. Não pôde ser lá muito longa por causa das pernas da tia, mas ainda assim pus a senhora a andar à pata desde o Jardim da Liberdade até às Portas do Sol com a velha galga do "é já ali" - como se eu soubesse onde é que estava...
A tia e a Manela a baterem com o nariz na porta, que a igreja de Marvila estava fechada:
Ora gaita.
O portal manuelino da igreja de Marvila. O contraste está talvez demasiado forte, mas dá para ver as duas lianas entrelaçadas, que parecem duas cobrinhas à bulha. Fui à procura de uma descrição em pormenor sobre os elementos decorativos do portal, mas não encontrei, portanto abóboras.
Uma pena estar fechada.
Assim como a Igreja de São João de Alporão, onde instalaram o museu arqueológico, porque era uma segunda-feira, e às segundas-feiras é o dia de fecharem os museus. Já o vi aqui há uns anitos, mas gostava de ter podido ir lá meter o nariz outra vez. Fica para a próxima.
Um lindo portal românico, mas que quando chove deve ficar com uma piscina à frente. Estas photos não me saíram lá grande espingarda (o enquadramento está uma bodega, só vejo defeitos), mas foi o que se arranjou.
E mais à frente temos o Teatro Rosa Damasceno, um edifício art-déco que um dia destes vai acabar por cair de podre. A estrutura parece já estar demasiado degradada para ter restauro possível e nota-se que a pala por cima das portas está a ceder. Mais dia menos dia, pum. E é uma pena.
E logo a seguir chegámos então às Portas do Sol:
Dava jeito ter trazido os patins...
A alameda principal vai dar a um pedestal com mais um Afonso Henriques igual ao do castelo de São Jorge e ao de Guimarães; devem tê-los feito à dúzia:
Que fotografia mais ranhosa, caneco...
A vista da muralha sobre o rio Tejo:
E vão duas com a estátua do D. Afonso Henriques - mais uma a homenagear o pessoal que ficou para a história por andar à porrada, aqui com um monumento aos combatentes da Primeira Grande Guerra:
E eu já conhecia as bandas de garagem e as bandas de varanda, como aquela lá no meu prédio no Cacém City, mas ainda não tinha visto nenhuma banda de castelo. Mas vi agora:
Florinhas e coisas bonitas:
Lantana lilás.Lantana amarela.
O que me lembrou logo este boneco que apareceu no facebook aqui há dias:
Pormenor do pilar do portão, fotografado à saída:
À vinda passámos num larguinho com um lago cheio de pombos. Uns ao banho e os outros todos à espera de vez (a grade e o beirado do prédio lá atrás):
O almoço foi aqui:
Um belo caril de frango para as três, já agora. E não, eles não me pagaram para fazer propaganda. É só porque a decoração é de facto bastante original. Na sala onde ficámos, tinham desenhos a toda a volta, como se estivéssemos na arena de uma praça de touros:
Uma flashada indecente contra a parede, mas cá vai a photo na mesma:
Arena por arena, claro que eu preferia uns gladiadores à porrada ou mesmo uns leões a trincarem uns cristãos, mas o mural é em honra da barbaridade folclórica local, portanto está bem integrado.
E na casa de banho ninguém se aborrece enquanto se espreme, porque tem muito para ler. As paredes estão forradas com páginas de revistas antigas e o efeito é de facto muito giro:
O espaço é muito reduzido, mas a ideia foi óptima.
E para terminar a voltinha por Santarém, uma tabela de preços com as célebres caralhotas, a carcaça tradicional cá do sítio:
Voltamos agora para o Oeste e para o Cocas - lembram-se do Cocas? O sapinho que apareceu na planta folharuda do quintal da tia? Pois se não é ele será o primo ou o mano, mas cá está novamente um sapinho verde no seu poiso habitual. O Cocas desapareceu durante o Verão, daí que não sabemos se este é ele ou é outro, mas agora que começou a chuva cá está o sapinho outra vez:
Outro desaparecido, mas este até agora sem rasto: o Yoshi, um gato lindo e simpático da vizinhança que costumava frequentar o quintal da tia. É tão parecido com a minha Pixie, que quase de certeza são da família, mas não há como ter a certeza:
O Sandokan continua a aparecer regularmente e também é capaz de ter alguma ligação à família, embora seja bastante mais escuro do que o Yoshi e a Pixie:
Um belo gatarrão um tanto assustadiço, com um pequeno rasgão na ponta da orelha, consequências de os machos inteiros passarem a vida à trolha por esses quintais.
Passo agora à botânica, começando pela minha Zoya dentro do vaso grandalhão que eu trouxe para transplantar os tomateiros de tomate cherry. Estou a criá-los dentro de casa, ao pé da janela, porque lá fora já não estamos em época de tomates. Começaram agora a dar florinhas amarelas e vamos a ver se a temperatura se aguenta o suficiente para que cheguem a criar tomatinhos.
Foi só poisar o vaso no chão e ela trucas, lá p'a dentro. "Olha uma coisa nova! 'Bora experimentar."E este aqui, também bastante fora de época, é o meu lindo manjerico mais novo, o Tibério, que pelos vistos está a apreciar bastante a chuva porque neste momento está mais ramalhudo que nunca:
Enfim, o adubo com cocó de pinguim que eu lhe deitei também deve ter contribuído bastante para esta exuberância toda.
Ao lado, a planta esgadelhada é o pai dele, o Malaquias, que continua a cheirar lindamente mas que já não se parece nada com um manjerico. Aparentemente, regrediu para a forma de arbusto lenhoso de folha dura e miudinha:
O meu pai e a minha madrasta chamam-lhe o Fenómeno do Entroncamento (é mais da Terra dos Loureiros...) porque eu comprei o Malaquias em Maio do ano passado. Ano e meio mais tarde, continua vivo e de saúde (ainda que esgadelhado), sempre a dar florinhas, sementes e rebentos, que vão nascendo por todo o lado, onde encontram terra. Quase nenhum se aguenta muito tempo, à excepção do Tibério, que vingou e de que maneira. O orgulho do papá, com certeza.
E mais uma photo de uma florinha de dente de leão, também tirada hoje na minha varanda:
E aqui são as minhas belas malaguetas, que afinal picam muito pouco. Devo regá-las demais, mas vejo-as de folha murcha e não resisto. Para criarem mais capsaicina, o composto que pica, não podem levar muita água. Dizem eles.
Porque aqui os jindungos picam com'ó caraças e levam exactamente com a mesma água - estão todos no mesmo vaso:
Os jindungos de onde tirei as sementes vieram de África aqui há uns sete anos. Alguém trouxe uma série deles para o meu amigo Antero e ele deu-me uns quantos, que eu tratei de poupar. Aliás, poupei tanto que guardei alguns, com ideias de um dia os semear. Passado este tempo todo, pensei que aquilo já não ia dar nada. Os jindungos estavam castanhos e mirraditos e realmente, quando meti as sementes na terra, não pareceram vingar. Afinal, demoraram simplesmente mais tempo. Como nunca mais via rebentinhos a nascer no vaso, meti-lhe sementes de malagueta normal em cima. Nasceram todos com o mesmo aspecto, a mesma folha e as mesmas florinhas, mas quando começaram a dar fruto é que se viu a diferença: as malaguetas são muito maiores e nascem para baixo, penduradas, enquanto os jindungos nascem para cima, espetadinhos para o ar. E picam. Ao menos isso. Picam tanto que às vezes fico com os dedos a arder só de os cortar em picadinho para meter no guisado. E eu adoro picante, mas na língua. Nos dedos é chato. Agora faço guisados com luvas cirúrgicas calçadas.
E agora algumas photos mais antigas das minhas meninas, que nunca chegaram a entrar no blog na devida altura. Porque só me apeteceu metê-las agora.
Conforto de gato - a Pixie entalada nas almofadas do sofá:
Pixie na manta:
Pixie na varanda:
Coisa m'á linda:
A Zoya a ver o panorama do cimo do camiseiro:
As poses da Zoya a instalar-se para fazer a sesta - esta gata é um espectáculo:
E uma ordinarice estapafúrdia para terminar:
Não sei se entendo lá muito bem onde é que esta pérola da sabedoria popular quer chegar, mas pronto. Está no topo de um pilar baixinho, na foz da Areia Branca.