Watachi wa Ermita dess!
Quer isto dizer que ultimamente tenho papado tanto anime na televisão encabada que já deu para aprender uma série de palavras em japonês. Isto, por exemplo, serviria para me apresentar. Se calhar devia ter procurado na net como se diz Ermita em japonês, mas depois ainda metia água na declinação, portanto o melhor é ficar assim.
Já agora - às vezes eu dou a morada do meu blog e o pessoal emenda-me porque acha que a palavra certa é eremita, com mais um E, pelo que aproveito para esclarecer que as duas formas estão certas. E eu prefiro usar esta porque é a mais próxima à (minha) oralidade.
Curva para chegar ao mesmo sítio;
- neste domingo passaram o Van Helsing no AXN e dei-me ao trabalho de ficar um bocado a olhar para aquilo, só para ter a certeza de que era de facto tão mau como eu me lembrava. E confirma-se. O raças do Van Helsing é provavelmente o pior filme que eu já vi. Não tem safa possível, nem à conta do espartilho da Kate Beckinsale nem da peruca do Hugh Jackman - e isto atendendo à minha panca por espartilhos e por fulanos cabeludos (o meu maior fetiche, confesso - o indígena até pode ser um estafermo, mas basta ter cabelos compridos para me fazer vacilar). É claro que há por aí muita coisa intragável, como aqueles filmes parvos para adolescentes imbecis que costumam passar nos canais públicos aos fins de semana, mas com esses ninguém tem grandes expectativas - já está toda a gente à espera que seja mais uma cretinice.
Neste caso foi uma armadilha; começaram por apresentar uns cartazes chamativos q.b., com um nome que qualquer apreciador de vampiros já conhece, e convenceram-me, a mim e a muitos, a ir ver o maior barrete dos últimos anos. Além da salada de monstros, lá naquela terra toda a gente é acrobata de circo, os lobisomens aderem às paredes (tipo homem aranha) depois de triplicarem de tamanho (tipo Hulk), o Drácula é completamente abichanado (mas quanto ao aspecto duvidoso dos vampiros, acho que só o Nosferatu de 1922 é que se safa) e por um erro qualquer de casting ou de direcção de actores (mais por aí...), todas as personagens secundárias são caricaturas rascas feitas por fulanos que declamam - ninguém fala normalmente. Yac!
Mas ainda quanto às expectativas - as minhas eram altas. Esperançosas, até. Porque nesse mesmo ano tinham andado a passar o Hellsing (anime) num canal alemão que eu via através da parabólica colectiva lá no Cacém City, uma versão dobrada onde eu só conseguia apanhar metade da conversa mas que dava para perceber que era uma óptima história (entretanto já vi os originais, evidentemente). E naqueles instantes entre ver os cartazes na rua e ir à net tirar dúvidas, imaginei que alguém podia ter sido suficientemente esperto para adaptar a série ao cinema. Aí sim, teriam acertado. Em vez disso, fizeram um filme de acção ultra-chato - o que deveria ser um contra-senso, mas eles conseguiram.
Terminando a curva;
- voltamos ao anime, mais exactamente ao Hellsing, e a umas imagens bestiais feitas pela Yukari Toshimichi, baseadas na série. O site chama-se Solid & Etc e tem coisas óptimas como esta aqui:
As imagens andam sobretudo à volta das duas personagens que mais me agradam, o Alucard e a Integra; a Seras Victoria é o pivot da história, mas tem poucas nuances e muito menos sumo. Não é preciso conhecer o enredo para apreciar os desenhos, mas talvez gostem de perceber de que raio se trata, portanto aqui vai um pequeno resumo bastante discutível (eu avisei): a Integra Hellsing é a descendente do tal caçador de vampiros e um dia encontrou o Alucard (Drácula ao contrário) acorrentado na cave lá de casa, resolvendo fazer dele o seu vampirinho de estimação. Continuando a tradição do bisavô, ela é a chefe de uma organização secreta que se encarrega de dar cabo do canastro a tudo o que seja vampiro e afim. O Alucard faz-lhe os recados, que normalmente envolvem explodir zombies e esburacar vampiros, e apesar de ser um psicopata disposto a matar tudo o que mexe, ele dedica-lhe uma fidelidade canina. A relação entre estes dois tem sempre uma tensão do tipo dominatrix/submisso que deixa todos os tarados como eu a pensar que, quando ninguém está a ver, devem fazer um regabofe do caraças lá naquelas caves.
Ah sim, como já disse a história base é óptima - a partir daí, volta e meia lá borram um bocadinho a pintura com os exageros e algum pormenor de mau gosto, mas o que interessa mesmo é a base; afinal é ela que segura tudo o que lhe põem em cima. E anime sem exageros seria uma coisa esquisita.
Já agora, talvez deva avisar que os desenhos do site são de longe muito melhores do que o traço das séries - no plural, pois, porque ainda por cima existem duas versões, uma feita durante a publicação dos manga e a segunda com mais preocupações de fidelidade ao original - prefiro francamente a caracterização da Integra na primeira, embora a segunda versão ganhe alguns pontos na lógica.
Terça-feira de Carnaval com algumas voltas aqui pela terreola. Comecei por sair de casa e ter de fazer metade do caminho atrás deste emplastro:
Acho que é a primeira vez que tiro uma fotografia enquanto conduzo, mas a esta velocidade eu até podia fazer o pino em cima do volante sem receios de ir parar à valeta.
Agarrei na tia, na Manela e na Bibia e fomos à procura de pessoal mascarado para eu lhes tirar o retrato. Começámos por parar na Atalaia, que estava ainda a reunir os carros para fazerem um mini-desfile. Nada de particularmente chamativo, mas aqui deixo um fulano de mini-saia em cima de um camião para abrir a série
e um bando de cupidos a planear o ataque:
A seguir fomos até à Areia Branca à procura de putos mascarados, que nestes dias costumam ser aos magotes, mas afinal havia por lá muito poucos. Aliás, nem putos nem areia, oh p'ra isto: Normalmente isto é uma praia com areia, acreditem, é daí que vem o nome... pois. Os calhaus ficam tapadinhos lá por baixo. Mas no Inverno aparecem estas marés que levam a areia toda e a praia transforma-se num grande calhau sedimentar cheio de crateras.
Este efeito das crostas é por causa da diferença de dureza entre a pedra cinzenta e a pedra branca. No meio das crostas ficam as crateras, os buracos das pedras brancas que se soltaram da pedra cinzenta. Aqui a contra-luz, com a água a brilhar nas crateras,
e uma fatia de rocha sobreposta:
Ondas a bater e um bocadinho de areia por cima dos buracos:
Uma pedra branca em feitio de búzio, metida dentro da cinzenta:
E a cratera que uma delas deixou:
Mas como o tema era o Carnaval, é melhor deixar-me de explicações geológicas e voltar ao assunto:A Bibia na esplanada da Foz. Não é um bicho esquisito com orelhas encarnadas, é suposto isto ser um disfarce de diabinha.
Seguimos então para Peniche à procura de outros carnavais - literalmente. Estavam a fazer um corso com vários carros e muita malta aos pulos, mas já só vimos o final. Mesmo assim ainda deu para termos um cheirinho a festa - e não levámos banho nem nada, facto assinalável por estas bandas, já que nas poucas vezes em que estive no Carnaval de Torres vim de lá toda encharcada.
Ora então começamos pelo primeiro carro que encontrámos, com uns fulanos lá em cima a fazerem as figuras do costume: O que vale é que o dia estava quente... mesmo assim, brrrrr! Enfim, depois de uns copos, talvez ajude. No entanto, é preciso ter muita gana de andar em cuecas na rua em pleno Inverno.
Logo a seguir vinham estas lindezas, numa carripana a tocar música
enquanto elas cantavam em coro:
A seguir fomos até à rotunda mais à frente e ficámos a ver o que restava do corso. Ainda lá estavam estas fadinhas verdes e repolhudas já de saída,
seguidas por um grupo de colombinas farfalhudas:
Depois apareceu um bando de bonecas de trapo, ou coisa que o valha
mais uns presidiários de vassoura em punho
e uns tipos disfarçados de balão de ar quente.
Ah sim, adorava saber qual era o enredo, mas não faço a mínima ideia.
Pelo meio havia ainda uns desgarrados aos pulos como este aqui, que se apresentava ao pessoal como "a gostosona":
Veio então o grupo das damas de copas, com uns quantos bobos à mistura (o joker?)
e a seguir as borboletas mais uns insectos verdes - borboletos? gafanhotos? Num sei.
Uma borboleta meia congelada - nesta altura começou a soprar o típico ventinho frio de Peniche:
Os bichinhos estavam bem tratados; deve ser do pólen.
E por falar em pólen, temos aqui um rasta com um granda tortulho nos queixos:
E depois iam entrar as mosqueteiras, mas só eu é que tinha trazido casaco e o resto do meu pessoal estava todo a congelar. Enfiei pelo meio da maralha e fui tirar as últimas photos já em plena confusão: Mais um grupinho de matrafonas, como não podia deixar de ser:
Ah, eles adoram o Carnaval...
Já estas aqui não devem adorar lá muito, que para palhaças estão um tanto carrancudas:
E por fim os mais bens disfarçados. Muito bem, mesmo a rigor. Aposto que aquelas pistolas têm fulminantes e tudo:
Voltámos para o carro. Enquanto as minhas companheiras batiam os dentinhos em coro, aproveitei para tirar mais umas a estas duas gaivotas no cimo de um prédio.
(esta é para quem gosta de composições um tanto esquisitas)
E a seguir perdemo-nos. Foi a maneira de irmos conhecer uns bairros de Peniche que nem sabíamos que existiam. É um facto - eu nunca pergunto o caminho. Mas o meu sentido de orientação estava certo. Eu sabia para que lado era a saída, o problema é que a câmara não tinha feito ruas até lá. Assim, fomos dar uma volta do caraças, tudo graças aos moços do apito que cortaram as ruas à conta do corso e nos obrigaram a seguir por maus caminhos, até ir desembocar em cascos de rolha, ou melhor, mesmo à frente da Papôa. E aqui está ela, desta vez tirada pela janela do carro, parado em plena bicha. Pára-arranca até à saída. E mais nada de assinalável.
...o quê? Já acabou? Desta vez não há flores?! Nem gatos?!!!
Não, lindos, não 'tou com febre. Aliás, tenho já uma data delas na calha para entrar (sim, não pensem que se escapam), mas nesta altura são três da manhã e tenho de largar isto. Portanto
Conbanwa!!!
(ok, isto quer dizer boa noite ...espero bem)