Vocês viram o Horácio a levar um tiro na sexta-feira? O Horatio do CSI Miami, pois, o cenourinha mais cool da televisão pública, o tal que diz uma punch line, bota os óculos e vummm, foge do ecran (parto-me a rir com aquilo, eu). Se vocês foram para a cama cedo e não viram a cena, aqui vai o clip:
...ai coitadinho! Mas pronto, como suponho que já toda a gente esteja à espera, no início da próxima série confirma-se que o moço ainda 'tá vivo. O que muito me alivia, porque das personagens todas dos três CSIs, quem eu mais curto é justamente o Horácio, até porque o rapaz é cá dos meus - não dispensa os óculos escuros. Como qualquer indivíduo de bom senso que não quer passar a vida a franzir os olhinhos, evidentemente, até porque a radiação ultra-violeta acaba por fazer cataratas ao pessoal.
Eu comprei os meus primeiros óculos quando tinha sete anos, a um vendedor ambulante na praia, só já não sei se foi na Foz do Arelho ou na Caparica. Mas lembro-me dos óculos, uma lindeza com os aros em rosa vivo e as lentes em verde escuro. Só tenho esta photo a preto e branco com os ditos no nariz, mas dá para ficarem com uma ideia:
E foi uma maravilha. Finalmente eu conseguia manter os olhos abertos e deixar de andar toda franzida. Ahhh, que alívio, mas como é que eu não descobri esta coisa há mais tempo...? Mas tive de ser eu a comprá-los, pois, porque naquele tempo ninguém comprava óculos escuros às miúdas de sete anos, apesar de me queixar que mal conseguia abrir os olhos na rua, como se pode comprovar pela maioria das minhas photos de exterior daquela altura. Pois, isto aqui sou eu a levar com o sol nas ventas e com os olhinhos fechados, evidentemente. Tenho montes de fotografias assim. É claro que o meu progenitor se fartou de refilar porque aquilo eram uns óculos de plástico, uma porcaria que me ia fazer mal à vista, mas como eu não os tirava do nariz, foi a maneira dele me comprar uns óculos num oculista - todos castanhos e feios com'ó caraças, mas pronto, finalmente tive uns óculos a sério. A melhor fotografia onde apareço com eles de frente é esta coisa ultra rasca, tirada já uns anos mais tarde - ah sim, como vão ver, as coisas a mim duram-me muuuuito tempo. Aos quinze anos detectaram-me uma pontinha de astigmatismo. Assim que ouvi falar em usar óculos, pedi logo umas lentes que ficassem escuras no exterior. Fizeram-me a vontade, mas a armação foi ao gosto do meu pai e mais uma vez saiu uma lindeza parecida com a primeira. Eram de massa (naquela época usavam-se óculos de massa, enormes e pesadões, que me faziam suar a cara). Não tenho nenhuma fotografia com eles postos, só esta com eles ao pescoço, tirada nas Berlengas. E tenho uma data de fotografias com os braços exactamente assim; isto deve ser uma mania qualquer. Mas pronto, o que me valeu é que o raças dos óculos tinham demasiada graduação e rapidamente foram postos de parte. E como eu ainda tinha os outros, os tais que me compraram aos oito anos, continuei a andar com eles. Na carreira de tiro do Estádio Nacional, aos dezasseis anos, com os ditos óculos castanhos no nariz. Mas os pobres já estavam muito riscados e sempre que os limpava caiam as lentes (e eu voltava a encaixá-las e pronto), facto que convenceu os meus progenitores de que eu estava realmente a precisar de uns óculos novos. E desta vez lá consegui escolher uns ao meu gosto, com uma armação minimalista e as lentes em degradé, altamente fashion.Nesta scanarização rasca não se nota lá muito, mas as lentes eram azuis, a tender para o cinzento, e a maravilha maior era que mal se sentiam na cara. A chatice é que as armações de metal começaram a descascar ao fim de uns anos, já depois de lhes ter mudado as lentes, porque estas volta e meia tinham de voltar a ser escurecidas e de cada vez se mantinham menos tempo com um grau de escuridão eficaz. Tinha já uns vinte e poucos quando comprei outros, uma coisita barata da Multiópticas, outra vez de massa e demasiado grandes para a minha cara, como podem ver nesta photo, aos vinte e sete anos, com a minha bela narigueta judia em toda a sua pujança... Mas o estilo é uma coisa inata (e a modéstia também), independentemente do tamanho dos óculos, ora pois. Mais outra do mesmo ano, desta vez em cima de uma Yamaha Virago - vrummm! Foi por esta altura que descobri um par de óculos antigos numa caixa do sótão, em massa a imitar tartaruga, mais arredondados, e que passei a andar com eles, pensando que teriam sido da progenitora. Um dia ela olhou para mim e perguntou "ah, mas que óculos são esses?" (já eu devia andar com eles há mais de um ano...) "Eram teus, suponho, pelo menos estavam ao pé das tuas coisas velhas", disse eu muito naturalmente. Mas ela garantiu-me que nunca tinha tido uns óculos assim. Com muita pena minha, não tenho nenhuma fotografia com esses óculos-mistério e também não me lembro do que foi feito deles. Acho que estão algures numa caixa do meu sotão. À espera que a próxima geração os descubra, talvez...? Entretanto, numa bela manhã enevoada de 1995, saí de casa sem os óculos. Quando dei por falta deles (abriu o sol...) já não tinha tempo de voltar atrás e dali a pouco ia ter de pegar no carro. E eu não sou capaz de conduzir sem óculos escuros. Estava no Chiado e entrei no primeiro oculista que vi, uma casinha minúscula tipo vão de escada. Tudo caríssimo. A senhora do balcão foi buscar então uma caixa com os restos de colecções passadas, já tudo a saldo. E foi aí que eu encontrei os meus óculos dos anos que se seguiram, um modelo muito diva, muito retrô, que passaram a fazer parte da minha imagem de marca até 2006. Em 2001, numa tentativa de me pôr loura - nunca consegui melhor do que esta espécie de laranja claro, porque o meu castanho é muito encarniçado. Mas isso já é outro tema. Aqui estou de frente e vêem-se melhor. Foi tirada na Páscoa de 2003, ao pé da ermida da Senhora de Azares (...raio de nome, coitada da Senhora). Também eram de massa, mas pelo menos estes eram suficientemente curtos para não me tocarem na cara, o que os tornava bastante confortáveis. Também eram um bocadinho grandes para a minha cara de fuínha, mas eu gramava-os à brava. Até que tiveram um fim triste, um tambolhão que lhes rachou as armações, e tive de ir a correr comprar outros. Como estava sem dinheiro para mais (o meu estado normal), fui outra vez à Multiópticas e comprei esta coisita que vocês aqui vêem: Eu com o meu irmão no Carnaval de 2006 (disfarçados de Trinity e Neo, para quem não percebeu) antes de irmos ao bar da Elsa descarregar os fulminantes em tudo o que mexia. São outra vez uns óculos com os aros em metal e lentes castanhas em degradé (há pancas que ficam), mas tão claritos que praticamente só os uso de Inverno, nos dias mais escuros. Porque entretanto passado uns meses encontrei estes num oculista das Caldas da Rainha, oitavados e pretinhos, que são os que eu uso normalmente: Já conhecem a fotografia daqui do blog; é do Verão deste ano. E pronto, agora que já perceberam que eu não tenho novidades para contar mas que já consegui encher um bocado de espaço, passo então às poucas coisas assinaláveis (ou não) destes últimos dias: Uma vista da feira dos Campelos, integrada na festa que acaba hoje. Sempre me admirei como é que há gente com tanta pachorra para montar e desmontar um medonho estandarete de tralha todos os dias. Os da roupa ainda vá, basicamente deve ser só empilhar as camisolas e meter para o saco, mas os fulanos que vendem louças, copos, tachos e traquitanas afins... hi caraças.
E cá vai mais uma photo das lindezas da minha tia, com o Yuri a bocejar e a Yara com um ar um tanto chateado, mesmo antes de eu convencer a tia a ir-se lá pôr também. Oh pra ela tão porreira que ficou: A tia ontem ao almoço, já com uma cerveja a mais: "...a chatice é que em França há muita gente a falar francês" "...e as pessoas que morrem virgens ficam amarelas" e não me perguntem a propósito de quê é que saíram estas pérolas, porque eu também não estava muito melhor. A tia a espremer a Yara.
E aqui temos a Riscadinha com os seus cinco filhotes, tudo à molhada à procura da teta:
"Onde é que ela está?! Onde?! Onde?!"
Agora sim, ordem à refeição - cada um encontrou a sua e já está tudo a encher o bandulho: E aqui noutra sessão de nutrição, tirada esta tarde: Parte deles já estavam atestados e ferraram-se a dormir ali mesmo, agarrados à teta. Termino com mais duas belezas do quintal da tia: Um malmequer com um núcleo super-roxo
O ermita em obras. Porque bem precisava, convenhamos. Se não, reparem lá bem nos azulejos horrendos que me tinham calhado na rifa: Coisas destas sempre me causaram uma certa perplexidade porque isto nunca é obra de um fulano só, de um sacrista qualquer com um gosto altamente duvidoso, não, se pensarem um bocadinho vão ver que são precisos vários para se chegar a um resultado destes: primeiro o que fez o desenho, depois o fabricante que concordou em o imprimir nos azulejos, a seguir o gajo da loja de materiais de construção, que achou que ia ter clientes para isto, e por fim o construtor do prédio, que me pôs esta bela coisa na parede. Ao pior estilo anos 70, em azul escuro sobre um fundo pardacento, de desenho enorme, carregado e assustador. Pelo menos para mim, que assim que arranjei umas massas logo tratei de os tapar. E agora é um alívio para a vista: Tudo branco - ahhhh... Uma cruzeta nas juntas. Terminada a casa de banho, passámos à cozinha. Não tenho photos de como estava antes, não por pudor de mostrar os azulejos foleirotes, com florecas cor de rosa num fundo bege, nem os armários de fórmica com as portas a cair e o tampo a descascar, mas porque já estava tão entupida em pó de azulejo, uma espécie de farinha branca que se mete por todo o lado, que não fui lá fotografar aquilo para a despedida. Mas vocês também não perdem nada, acreditem. Por isso, mostro aqui as obras ainda a meio, mas já bastante adiantadas: E aqui já só faltando alguns retoques, que ficaram para 2ª-feira: E viram o meu lindo candeeiro novo? Mesmo ainda meio deslampadado e tudo? Comecei por me assustar com o "amarelo mostarda" quando o vi na parede - no catálogo era só um quadradinho de 2x2 cm e não dava para ver o efeito, né? Como a photo é nocturna, parece altamente cor de laranja, mas não, é um amarelo torrado, muito torrado, e um tanto alaranjado, é um facto, mas com o sol da manhã fica exactamente da cor que eu queria, garanto. O pior é no resto do dia... Mas não 'tá mau. Ou então fui eu que já me habituei. Estava fartinha dos pastéis. Tinha a casa toda pastel. Nháá... Prefiro um efeito mais dramático, com cores fortes e grandes contrastes, acreditem, ainda que houvesse por aí muito boa gente que ouviu falar em remodelações e decorações e pensasse logo que eu ia pintar a casa de preto, pendurar morceguinhos no candeeiro e pôr caveiras na mesa de cabeceira, com uns olhinhos vermelhos a brilhar, estilo família Adams. Não, lindos, não é que eu não ache piada a isso, pois, mas isto é a minha casa, não é uma sucursal do castelo fantasma da feira popular. E agora, se o homem dos móveis cumprir o que prometeu, daqui a uns dias tenho os balcões novos. E depois eu mostro como ficou. Por falar em fantasmas, podem crer que uma feira deserta, mesmo ao sol da uma da tarde, é um sítio um tanto sinistro. Como eu pude comprovar no domingo passado, na festa de Santiago. Acreditando no cartaz, fui até lá com a tia, à procura das tais tasquinhas do programa, como vocês podem ler aqui em baixo: Para quem tem bom olho ou não se deu ao trabalho de abrir a imagem, diz ali, no domingo 27: 12.30 - Tasquinhas e Exposições da Freguesia. Quanto às tais das exposições, havia um pavilhão cheio de bancas de artesanato, mas que afinal só abria às quatro e meia. E cá fora, o cenário era este: Estão a ver o que eu quero dizer com a feira fantasmagórica? Não dá para sentir o desamparo, mas dá para ver que não há aqui ninguém. Em plena hora de almoço, onde deveria haver gente a almoçar e cheiro a sardinhas assadas, não havia nem vivalma. Passado um bocado lá começaram a aparecer os donos das tasquinhas, mas clientes nem vê-los. Uma pasmaceira medonha. Posta de parte a ideia do almoço, passámos então as vistas pelas tendas das instituições cá do sítio: o rancho, o clube de futebol, os bombeiros e os escuteiros. Tudo às moscas. O pavilhão do rancho, com a bandeira ao fundo - quanto a mim um falhanço de design, porque eu olho para aqui e vejo uma cena de porrada, com um gajo lançado, em vias de enfiar uma murraça numa rapariga cheia de medo, toda encolhida, com as mãos à frente da cara para proteger o nariz. Chiça...! Aqui no quadrinho naïf, pelo menos os bonecos são bem mais patuscos: Passando à tenda do Campelense, encontrámos estas taças todas e mais uma série de fotografias na parede, com as várias fases da equipa de futebol cá da terra. Pelas camisolas à esquerda, podíamos pensar que isto era o pavilhão do Barcelona, mas não, era mesmo do Campelense. As camisolas do Barcelona têm as riscas mais largas... ...como podem ver pela photo deste moço aos pulos que eu encontrei na net. E por falar em futebois, além de lhes mostrar este pormenor da mesa dos matrecos que estava à porta (fechada) do pavilhão do artesanato, aproveito para perguntar se já viram um programa da RTP chamado "A liga dos últimos". Se não viram ainda, podem vê-lo aqui; ou então esperem pela próxima noite de sexta-feira. Eu ainda só vi um programa e meio, mas enquanto estava a ouvir as entrevistas, de queixos completamente caídos, só conseguia pensar que toda aquela malta vota. Acho que foi o Churchill que disse que o melhor argumento contra a democracia é cinco minutos de conversa com um eleitor médio. Mas passemos a coisas menos deprimentes, como a coisa linda da dona: A coisa linda a descansar em cima de uma caixa do Ikea com uma vitrina lá dentro, ou coisa que o valha, que já não cabia debaixo da cama. E a coisa linda já a fazer a sesta. Haverá sítios mais confortáveis, mas pronto, este era novidade, portanto...
Nesta aqui temos uma árvore de fogo, ou pelo menos assim lhe chama o meu progenitor, embora este exemplar aqui na praça da Câmara da Terra dos Loureiros dê fogo em cor-de-rosa. Cá por mim eu chamava-lhe a árvore que dá vespas, já que todos os cachos de flores estavam cheiinhos delas, a empanturrarem-se de néctar dentro dos buraquinhos. E esta é uma florinha roxa de feitio bastante esquisito que se dá por baixo da árvore das vespas: Uma beleza retorcida cheia de pincelinhos.
Aqui temos flores de oleandro: Esta não sei o que é, mas também se dá ao pé das árvores das vespas: E aqui a coisa amarela com um belo estame cheio de pirolitos é o hibisco do progenitor: Para a colecção das texturas: a pontinha de uma pena de pombo. E para a colecção das aselhices: uma peúga desaparecida em combate contra o aspirador já há uns dois anos, em estado perfeitamente imundo, como seria de esperar. Se calhar eu devia limpar o saco do aspirador com mais frequência, pois, mas o coisinho vermelho não acusava que aquilo estava cheio, portanto... Eu bem que estava a estranhar o raças do aspirador aquecer tanto... Haviam de ver a quantidade de cotão que saiu lá de dentro. Coisinho malvado que não me avisou.