Quando lá cheguei, a tia tinha instalado a Sally numa cesta e tinha posto a telefonia a tocar baixinho. Assim que entrei, comecei logo a refilar por causa do barulho e tratei de o desligar.
- Era para ver se ela acalmava - explicou a tia - Não dizem que a música afera as mansas?
Esta vai ficar para a posteridade. A tia só se apercebeu do que tinha dito porque eu me desatei a rir, mas ontem a minha comadre disse-me ao telefone "olhos que não sentem, coração não vê" e eu fiquei caladinha e deixei passar muito naturalmente.
Fui fazendo massagens na barriga da Sally e acompanhando as contracções até começar a sair a cabeça do primeiro, que ficou bastante tempo entalado, só com o nariz de fora. Como a natureza não parecia decidida a seguir o seu rumo sozinha e a gata se começou a queixar, puxei-o para fora - um gatinho todo preto - e a partir daí os outros saíram todos facilmente, até o segundo, que vinha de rabo em vez de vir de cabeça - três gatinhos pretos e brancos e mais um riscadinho.


Com isto fazem dez gatinhos - porque no dia 1 de Abril a Riscadinha já tinha tido cinco crias na casa da tia:











No dia 26 voltei aos Casais para ver se os meus protegidos estavam todos de boa saúde (protegidos, pois, que se eu não estivesse lá, a tia só tinha deixado ficar uma cria - e eu sei que estou a arranjar sarna para me coçar, mas pronto). Depois do almoço fui dar uma curva à pata com a tia, para tirar fotografias às flores e ao que mais aparecesse. Como o cão da Milucha, por exemplo, que até deitou a língua de fora para a fotografia:

Um cacto altamente picoso na rua da Milucha, que já me andava a fazer cócegas há que tempos, mas que nunca mais tinha oportunidade de ir lá fotografar (normalmente quando passo por ali já vou com o arroz ao lume):





Ao longo da rua, parte dela ainda por alcatroar, há uma série de campos e de vistas para dentro dos quintais. Foi assim que dei com este espantalho a proteger as couves:

E agora mais uma data de exemplares da fauna silvestre cá do sítio:





Na sexta-feira fomos finalmente vacinar o Chiquinho e combinar a capadela para daqui a quinze dias. Nunca tive nenhum gato castrado - suponho que a tia também não - e sempre fui um tanto contra, mas acabei por me render por uma questão de protecção. O pobre do Shy desapareceu há umas semanas e já perdemos as esperanças de que ele volte a aparecer. O Yuri passa a vida à trolha com o Tininho e volta e meia chega a casa todo esgatanhado. Com isto, esperemos que o Chiquinho nunca se aventure para muito longe, um tanto como uma gata, que nunca marque território lá em casa e que não se meta em sarrafuscas com os outros machos. ...Ok, acho que ainda me estou a tentar convencer de que existem de facto bons motivos para lhe fazer isto. Porque lá no fundo continuo bastante incomodada com a perspectiva.


e aqui a tomar banho:


E é tudo por agora.
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